MUDANÇA

Ônibus de Belo Horizonte correm risco de ficar sem cobrador

Sindicato alerta que medida prejudicaria não só profissionais, mas população

Belo Horizonte |
A viagem fica mais lenta, o trânsito aumenta, o transporte perde qualidade
A viagem fica mais lenta, o trânsito aumenta, o transporte perde qualidade - Mídia NINJA

Motoristas e trocadores do transporte público de Belo Horizonte realizaram paralisação em protesto contra o Projeto de Lei 1881 na segunda-feira (25). Já aprovada na Câmara e agora aguardando sanção do prefeito, a legislação dá margem para que sejam extintos os cargos de cobrador nos veículos municipais. 
De autoria do vereador Autair Gomes (PSC), o PL autoriza a bilhetagem eletrônica e suprime artigo que garante a manutenção dos empregos dos trocadores caso a tecnologia seja implementada. Além disso, outra regra que assegurava a presença de pelo menos um agente de bordo por coletivo foi retirada. 
“O projeto passou na Câmara em primeiro e segundo turno sem que houvesse nenhum tipo de debate com a sociedade e com os trabalhadores. Foi aprovado de forma meteórica e a greve foi realizada como forma de pressionar a administração municipal para que o documento não se torne lei”, declara José Márcio Gomes Pereira, diretor de comunicação do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Belo Horizonte (STTR-BH).
Segundo estudos do STTR, a medida afetaria em média 6 mil funcionários e impactaria diretamente o desempenho dos motoristas e qualidade de vida dos passageiros. “A viagem fica mais lenta, o trânsito aumenta, o transporte perde qualidade. Devido ao acúmulo de funções, o condutor se torna mais suscetível a acidentes, oferecendo risco aos usuários e a si mesmo. Além disso, o cobrador auxilia deficientes físicos e visuais, que não terão mais ajuda”, enumera José Márcio.

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