Minas Gerais

Saúde

Fechamento do setor de fisioterapeuta do hospital Odilon Behrens vai parar no MP

Setor atendia BH e Região Metropolitana e tinha capacidade para 71.280 atendimentos

Belo Horizonte |
Reforma do setor acontecia enquanto atendimentos aos pacientes da ala de fisioterapia eram realizados
Reforma do setor acontecia enquanto atendimentos aos pacientes da ala de fisioterapia eram realizados - Reprodução

Funcionários do Hospital Municipal Odilon Behrens (HOP) denunciam fechamento quase total do setor de fisioterapia. De acordo com as queixas dos trabalhadores, o cancelamento das atividades foi realizado de forma arbitrária. A direção do hospital optou por reformar o andar destinado a área e deu lugar a um novo ambiente, que agora atende à pediatria.
O local, como era, comportava três ginásios, dois consultórios, boxes utilizados para diversos tratamentos (como laser e eletroterapia), espaço para banheiras de hidromassagem, piscina terapêutica, esteiras, bicicletas ergométricas, entre outros. Dele, permaneceram a sala de Follow Up - que atende crianças com lesões cerebrais nascidas no hospital - e uma sala com serviços remanescentes da fisioterapia e terapia ocupacional. Segundo informações de um servidor que preferiu não se identificar, um grande número de equipamentos foi colocados em desuso e alocado dentro da piscina, que chegava a atender 52 pessoas.
Ele explica que trabalhavam no setor 38 profissionais. Desses, 20 eram estagiários da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC) e Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Hoje permanecem trabalhando apenas um fisioterapeuta pela manhã, um à tarde e um terapeuta ocupacional.
“A justificativa da direção do Odilon é que agora o foco é a urgência. Mas o hospital sempre atendeu a demanda de fisioterapia de toda Belo Horizonte e Região e lá são realizadas cirurgias ortopédicas. Sem contar as pessoas com Acidente Vascular Cerebral (AVC). Serviço de saúde de qualidade precisa de continuidade no mesmo hospital”, declara.
Ainda segundo os levantamentos do servidor, o espaço poderia produzir 71.280 atendimentos por ano e agora efetuará a quantia de 8.640.
Ministério Público atua no caso
Quatro denúncias contra as irregularidades no setor já foram iniciadas no Ministério Público de Minas Gerais (MP). Elas dizem respeito à falta de recursos e funcionários para os serviços ambulatoriais, cancelamento da assistência aos usuários do SUS, fechamento da piscina e, por último, redução da área física.
O vereador Gilson Reis (PCdoB) afirma que a decisão da direção do Odilon é "unilateral" e que estaria focada apenas no lucro que pode ser gerado pela pediatria. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMSA), a ampliação de leitos da pediatria atende à "grande demanda da capital, principalmente neste momento em que há aumento nos casos de doenças respiratórias". A instituição também afirmou que inaugurou, no dia 12 de abril, a nova sede do Centro de Reabilitação Centro Sul (CREAB-CS) e que mais dois serão instalados nas regiões do Barreiro e Venda Nova.

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