Minas Gerais

EDITORIAL

Eu quero botar meu bloco na rua

A “escola de samba” dos golpistas ataca os direitos do povo

Brasil de Fato | Belo Horizonte (MG) |
"Diante destas bizarrices no sambódromo, o “público” deve tomar cuidado para não bater palmas para 'fantasias' ainda mais bizarras"
"Diante destas bizarrices no sambódromo, o “público” deve tomar cuidado para não bater palmas para 'fantasias' ainda mais bizarras" - Paulo Pinto / Agência PT

O carnaval, um dos principais fenômenos culturais do Brasil, tem uma relação profunda com a política. Há empresas ou grupos políticos que financiam escolas de samba, há blocos populares que não aceitam se vender, há marchinhas que dizem mais verdades que a grande mídia, há um resgate da história e da formação do povo brasileiro. O fato é que nestes dias de fevereiro os principais fatos e conflitos atuais ou históricos da realidade aparecem na rua de uma forma criativa e descontraída.

Este será o primeiro carnaval pós-golpe. Neste grande sambódromo chamado Brasil, encontramos algumas das alegorias mais bizarras de nossa história. A “escola de samba” dos golpistas “ensaiou” e já está “desfilando” o maior ataque aos direitos do povo que o país já vivenciou. Já passaram “carros alegóricos” que congelam os gastos públicos, degradam todo o sistema de educação e de saúde e limita os gastos com os mais pobres. Já iniciaram também as privatizações das empresas mais estratégicas do Brasil.

Entram em cena agora os ataques à aposentadoria (reforma da previdência) e aos direitos trabalhistas. Caso forem aprovadas essas reformas, o povo passará a trabalhar a vida toda e em condições muito piores do que as que já vivemos. As mulheres, jovens e a população rural serão os mais afetados, já que perderão muitas das garantias conquistadas com suas lutas históricas.

Criatividade ativa

Diante destas bizarrices no sambódromo, o “público” deve tomar cuidado para não bater palmas para “fantasias” ainda mais bizarras, como Bolsonaros (bolsomitos), que fingem honestidade para implantar o fascismo no país. O fato é que o povo não pode ficar como espectador, deve ter a ousadia de botar o bloco na rua, combater os projetos que atacam seus direitos e a democracia e colocar na ordem do dia o seu próprio projeto, construído pelas próprias mãos.

O povo possui uma criatividade infinita. Na história tão sofrida do Brasil, foi capaz de criar e fazer acontecer um fenômeno cultural fantástico, que é referencia de alegria para o mundo. O povo que criou tal fenômeno, sem dúvida, é capaz de construir uma nação que sirva ao seu povo, um Brasil popular.

Edição: Joana Tavares