Minas Gerais

CRUZEIRO

Por um futebol popular e democrático

Seminário em BH, organizado pela Resistência Azul Popular (RAP), debateu os rumos do futebol na era da elitização

Brasil de Fato | Belo Horizonte (MG) |
“É inadmissível que em um clube gigante como o Cruzeiro os seus sócios, não possam votar e ser votados”, diz Latino
“É inadmissível que em um clube gigante como o Cruzeiro os seus sócios, não possam votar e ser votados”, diz Latino - Resistência Azul Popular/Divulgação

Com o objetivo de pensar alternativas para a aproximação do torcedor cruzeirense com seu clube, a Resistência Azul Popular (RAP) organizou, no dia 19, o seminário “Poder Para a Torcida”.

Além de defender a união das torcidas organizadas, o seminário propôs a criação de um grupo amplo, com participação aberta a todos os cruzeirenses, para pensar a democratização do clube. O próximo encontro será sábado (26), no Centro de Referência da Juventude, no Centro de BH.

Um dos convidados do primeiro seminário foi Ivandro Latino, membro do movimento “O Povo do Clube”, do Internacional. Latino é conselheiro eleito pela própria torcida no clube gaúcho e compartilhou a experiência de democratização pela qual passou o Inter no final de 2016. A democratização do Internacional, que hoje garante que todos os sócios votem e possam ser votados nas eleições internas do clube, permitiu que a entidade tomasse medidas concretas a favor de seus torcedores. Exemplo disso é o programa de associação popular, que tem mensalidades de R$ 10 e dá direito de compra de ingressos, em qualquer jogo, pelo mesmo valor.

Realidade local

A torcida cruzeirense expôs as dificuldades com o clube e com o próprio Mineirão, palco do assassinato de um torcedor celeste, Eros Dátilo Belisário, em outubro do ano passado. Segundo os cruzeirenses, o estádio, administrado pelo consórcio Minas Arena, tornou-se, após a reforma, um espaço hostil às torcidas, à festa na arquibancada e à presença das mulheres, que continuam vítimas de assédio e da insegurança do local.

“É inadmissível que em um clube gigante como o Cruzeiro, os seus sócios, que rendem milhões anuais com mensalidade, não possam votar e ser votados. Saí com convicção de que a pauta justa levantada pelo movimento mobilizará fortemente a torcida do Cruzeiro, assim como mobilizou e trouxe grandes conquistas para a torcida colorada. O futebol vai mudar de baixo pra cima”, afirma Latino. 
 

Edição: Joana Tavares