Violência

Brasil já contabiliza mais de 60 mortes de defensores humanos

Indígenas, trabalhadores rurais e urbanos, quilombolas e LGBTIs estão estão entre os grupos mais violentados

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Documento reúne 15 situações de violência a qual estão expostos ativistas pelo Brasil
Documento reúne 15 situações de violência a qual estão expostos ativistas pelo Brasil - Marcello Casal Jr./Agência Brasil

Antes mesmo do fim de 2017, o Brasil já contabiliza 62 assassinatos de ativistas e lideranças do campo e da cidade. Os números estão no documento elaborado pelo Comitê Brasileiro de Defensoras e Defensores de Direitos Humanos (CBDDH).

Ao todo, o documento reúne 15 situações de violência a qual estão expostos ativistas e trabalhadores pelo Brasil. Indígenas, trabalhadoras e trabalhadores rurais e urbanos, comunidades quilombolas, pescadores, lideranças da população LGBTI e militantes dos movimentos das favelas estão entre os grupos mais afetados pela violência. Ainda segundo a publicação, "o descaso do poder público intensifica essa situação de violência".

Contextos

A chacina de Pau d'Arco ocorrida em 24 de maio, por exemplo, é um caso de "morte anunciada", segundo os defensores responsáveis pela publicação. Isso porque ao mesmo tempo em que nove trabalhadores e uma trabalhadora rural foram assassinados por forças policiais na Fazenda Santa Lúcia, o estado do Pará também é palco de situações de conflito e ameaças constantes na luta pela terra.

É o caso das frequentes tentativas de expulsão por parte de pistoleiros do acampamento Hugo Chavez, localizado na região de Marabá (PA). Em julho deste ano, homens armados atiraram em direção ao acampamento e atearam fogo nos barracos e roças dos acampados. No final de 2016, outro ataque semelhante aconteceu. Em resumo, o acampamento vem sofrendo consecutivos episódios de violência até hoje.

O documento denuncia também a impunidade que ronda os casos de assassinatos dos defensores de direitos humanos pelo Brasil. Os defensores afirmam que muitos desses casos foram de conhecimento de autoridades públicas, mas nada foi feito para evitá-las.

O Comitê é composto por diferentes organizações da sociedade civil, lideranças e movimentos populares do campo e da cidade. O documento de denúncia às práticas de violência foi elaborado durante o Seminário Nacional sobre Proteção a Defensores e Defensoras de Direitos Humanos, que ocorreu em Brasília (DF) entre os dias 13 e 15 de setembro. A íntegra do texto pode ser acessada aqui.
 

Edição: Simone Freire