Minas Gerais

Universidade Popular

Levante lança iniciativa para unir estudantes e trabalhadores

Projeto é novo no país e oferece cursos para que jovens possam refletir sobre suas áreas de formação

Brasil de Fato | Belo Horizonte (MG) |
Ação do Levante Popular da Juventude em parceria com a Federação Única dos Petroleiros (FUP) em defesa da Petrobras, em dezembro de 2017
Ação do Levante Popular da Juventude em parceria com a Federação Única dos Petroleiros (FUP) em defesa da Petrobras, em dezembro de 2017 - Divulgação / Levante Popular da Juventude

No próximo dia 22, o Levante Popular da Juventude dá início a uma iniciativa inédita no Brasil. É o projeto Universidade Popular (UP), que visa à construção de cursos para estudantes com o objetivo de integrar a teoria das salas de aula à realidade do mundo do trabalho. A UP também pretende debater a formação da universidade pública e como é sua produção de conteúdo. A Universidade Popular estreia na cidade de Ibirité, Região Metropolitana de Belo Horizonte, com atividades até o dia 26 de janeiro.

Nesta primeira edição serão sete os eixos: saúde, educação, comunicação, questão urbana, direito, questão energética e questão agrária. Em todas as áreas, os participantes terão a oportunidade de conhecer de perto as experiências dos trabalhadores. "Queremos debater com os petroleiros como é a produção de petróleo no Brasil, com os eletricitários, como é a produção da energia, com o Movimento dos Atingidos Por Barragens [MAB] como o projeto energético influencia o que acontece no país e na universidade, queremos ouvir do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra [MST] como está a questão a questão agrária", exemplifica a militante do Levante Popular da Juventude, Ana Júlia Guedes Bonifácio.

Para Henrique Leite, que também é militante do Levante, o objetivo é incentivar a união entre os sindicatos, trabalhadores e os estudantes. "Os jovens devem ter contato com o futuro da profissão na qual eles desejam se formar. A gente precisa andar junto com os trabalhadores", diz. Outro passo importante, segundo Leite, é construir uma unidade na luta contra os retrocessos do governo não eleito de Michel Temer, que mira o desmonte do ensino superior e também dos direitos trabalhistas.

O UP é a primeira experiência do tipo no movimento, mas a ideia é, se der certo, levá-la para todos os cantos do Brasil e realizá-la com regularidade. Além das aulas, a proposta é compor um ambiente de imersão, onde os estudantes convivam entre si durante uma semana. "É para mostrar como o movimento estudantil enxerga a universidade, é espaço de debate, mas também é sobre disciplina, é acordar cedo, trabalho coletivo. Todos os valores que fazem parte das organizações populares", completa Ana Júlia.

Edição: Joana Tavares