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Saúde

Moradores de bairro de Belo Horizonte convivem com esgoto inundando casas

Depois de anos sem saneamento, obra foi mal feita no bairro Trevo

Brasil de Fato | Belo Horizonte (MG) |

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Copasa raramente soluciona o problema, que acontece cotidianamente
Copasa raramente soluciona o problema, que acontece cotidianamente - Foto: Arquivo pessoal

Você já imaginou acordar e deparar com a sua casa inundada por esgoto? É essa situação que acontece há dez anos com os moradores do bairro Trevo, na região da Pampulha. Eles relatam que a rede de esgoto do bairro foi mal instalada e desde que foi implantada causa prejuízos. “Eu já perdi vários móveis por causa disso. O esgoto inunda a casa e chega a um palmo de altura. A gente fica aqui dentro sem saber o que fazer”, relata Rosimeire da Cruz Soares.
A batalha para garantir o saneamento básico vem de muito tempo. Por anos os moradores lutaram para que a prefeitura urbanizasse a área. Na época, o esgoto corria a céu aberto e desaguava num córrego da região. Temendo pela saúde das famílias, os moradores tentaram inúmeras vezes construir, com dinheiro próprio, a rede de esgoto do bairro. Em 2010, após uma série de mobilizações, eles conseguiram o saneamento através do orçamento participativo. 
Mas o que era para ser uma vitória acabou virando um transtorno. “Quando começaram as obras a gente já viu que não ia dar certo porque a população era muito maior do que a estrutura que eles estavam fazendo. Ao invés de manilhas eles colocaram canos comuns. Nós avisamos às autoridades e ninguém fez nada. E desde então é esse transtorno, a qualquer hora, tendo chuva ou não, o esgoto invade a casa da gente” relata Wanda Lúcia de Oliveira, moradora do bairro há 20 anos. 
Insalubridade
A médica Larissa Lopes alerta que o contato frequente com o esgoto pode acarretar danos à saúde. “Há diversos tipos de organismos que podem causar danos à saúde, como infecções, lesões de pele e alergias. Além de afetar sobretudo a saúde mental”, afirma.
Por meio de nota, a Copasa informou que vai enviar técnicos para verificar a situação, e, se for o caso, tomar as providências necessárias.

Edição: Joana Tavares