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Vice-presidenta da UNE critica silêncio do Judiciário diante da onda de fake news

Jessy Dayane e Chico César foram os entrevistados do programa "No Jardim da Política" desta quinta-feira (18)

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Jessy Dayane, vice-presidenta da UNE, nos estúdios da Rádio Brasil de Fato
Jessy Dayane, vice-presidenta da UNE, nos estúdios da Rádio Brasil de Fato - José Eduardo Bernardes/Brasil de Fato
Jessy Dayane e Chico César foram os entrevistados do programa "No Jardim da Política" desta quinta-feira (18)

O programa "No Jardim da Política" desta quinta-feira (18) recebeu nos estúdios da Rádio Brasil de Fato a vice-presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Jessy Dayane. A militante sergipana estuda Direito na Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU), em São Paulo, e criticou o silêncio das instituições diante das evidências de ilicitudes na campanha de Jair Bolsonaro (PSL). “O Judiciário, que estava tão ativo, agora se silenciou. Ele precisa cumprir seu papel e garantir que as eleições sejam democráticas. Estamos tolhendo a oportunidade de o povo escolher o candidato de acordo com quem ele é e o que ele pretende", analisou.

O cantor e compositor paraibano Chico César também concedeu entrevista e afirmou que “é preciso mostrar para as pessoas o programa que defende a democracia”, em referência às propostas de Haddad (PT). Com mais de 30 anos de carreira musical, o cantor é conhecido por se posicionar politicamente desde a época de juventude, quando também militava no movimento estudantil.  

Para ele, os cidadãos nordestinos transformam suas carências em potência. “Não é à toa que a arte brasileira é toda permeada pela presença dos nordestinos, as grandes revoluções transformadores do Brasil vem de lá: Canudos, Revolta dos Malês”, citou. 

Chico César lamentou o avanço do fascismo no país e relembrou o assassinato do capoeirista mestre Môa, esfaqueado durante uma discussão política em um bar em Salvador no último dia 8.

A vice-presidenta da UNE, Jessy Dayane, ressaltou a polarização da sociedade no período pré-eleições, mas disse enxergar um avanço em meio a tanta violência. “A polarização tem um ponto positivo: aumenta a politização. Agora, as pessoas estão entendendo que é preciso se posicionar porque a política influencia na vida delas”.  

A UNE tem, na direção, duas mulheres nordestinas. Para Jessy, isso representa o empoderamento e a resistência de uma das regiões do país que mais sofre com preconceito político. “O povo do nordeste se posiciona muito claramente. Porque, pós-governos Lula e Dilma, o nordeste passa a existir para o resto do pais. Isso se expressa na forma de resistência. A partir do momento que a gente entra no contexto de desenvolvimento econômico, com mais universidades, começam a surgir lideranças politicas no nordeste”, afirma a vice-presidente. 

O programa também debateu o suposto caixa 2 na campanha de Bolsonaro, denunciado pelo jornal Folha de S. Paulo. O assunto foi comentado pela correspondente em Brasília, Cristiane Sampaio, que acompanha o caso, e pela convidada no estúdio, que criticou em diferentes momentos a postura do Judiciário na reta final das eleições.

Ainda em relação à disseminação das chamadas fake news, Jessy Dayane aponta outro problema: a falta de capacidade de reflexão crítica dos brasileiros. Segundo ela, esse diagnóstico reforça a necessidade de se investir na mídia alternativa, ligada aos movimentos populares.

O programa No Jardim da Política estreou no dia 30 de agosto na Rádio Brasil de Fato. Acompanhe ao vivo, todas as quintas-feiras, às 14 horas, reportagens e entrevistas com políticos e analistas sobre as eleições gerais, a política nacional e a cobertura midiática.
 

Edição: Daniel Giovanaz