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Conquista

Comissão parlamentar em defesa das mulheres é lançada em Belo Horizonte

Iniciativa promete disputar pautas e orçamento na Assembleia Legislativa do estado

Brasil de Fato | Belo Horizonte (MG) |

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“A comissão é necessária porque precisamos fazer o enfrentamento às violências que sofremos", diz Beatriz Cerqueira, do PT
“A comissão é necessária porque precisamos fazer o enfrentamento às violências que sofremos", diz Beatriz Cerqueira, do PT - Foto: Bárbara Ferreira/Divulgação

Com o intuito de defender os direitos das mulheres, foi lançada na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), uma comissão permanente de parlamentares que promete disputar pautas e o orçamento estadual. A cerimônia de apresentação da Comissão de Defesa dos Direitos das Mulheres aconteceu na terça (6), em Belo Horizonte. A iniciativa partiu de uma comissão extraordinária instalada em julho de 2017, sob a presidência da deputada estadual Marília Campos (PT). 
A motivação, segundo a deputada, é construir uma mobilização que possibilite que a pauta, a agenda e os direitos das mulheres sejam considerados prioridades dentro da Casa. “Em primeiro lugar, a comissão foi criada para estabelecer uma relação com as mulheres dos movimentos populares, para que a gente pudesse ser voz dessas mulheres e disputar o debate, a agenda de luta, o orçamento e as políticas públicas”, afirma Marília. 
Segundo Silvana Coser, socióloga e integrante do movimento Quem Ama Não Mata, a comissão permanente é fruto de pressão popular e, no próximo período, cumprirá um papel fundamental de interlocução e fortalecimento dos movimentos. “Esse espaço é vital. A gente sabe o que Bolsonaro pensa. Aqui no estado, temos o governador eleito que é tão conservador quanto, que desconhece a máquina pública e que não tem compromisso com nada em que acreditamos. Eles estão chegando com intenção de ‘tratorar’ todas nós”, desabafa. 
Representatividade
Neste ano, o número de deputadas estaduais subiu para dez, em comparação com as eleições de 2014, que foram somente seis eleitas. Apesar disso, as mulheres ainda são minoria na ALMG, o que torna a comissão ainda mais importante, segundo a deputada estadual eleita Beatriz Cerqueira (PT). “A comissão é necessária porque precisamos fazer o enfrentamento às violências que sofremos. Não vivemos em uma sociedade igualitária, pelo contrário, a nossa sociedade tenta subjugar as mulheres em todas as relações, seja na vida pública, na política, no trabalho”, reflete.

Edição: Joana Tavares