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Legislativo

Apesar de renovação, conservadores ainda são maioria na Alepe

Campo progressista conta com novidades como Doriel Barros (PT), Gleide Ângelo (PSB) e o coletivo das Juntas (PSOL)

Brasil de Fato | Recife (PE) |
Maior parte dos eleitos ainda integra partidos de direita
Maior parte dos eleitos ainda integra partidos de direita - ALEPE

Neste início de fevereiro tomaram posse os 49 deputados estaduais de Pernambuco. Na Assembleia Legislativa (Alepe), os parlamentares têm a tarefa de alterar leis ou redigir novas, além de fiscalização do Governo do Estado, podendo suas atividades ter impacto em todo o estado. Apesar de alguma renovação, maior parte dos eleitos ainda integra partidos de direita, sendo a sua maioria ligados a grupos empresariais e famílias ricas de Pernambuco.

Diante deste cenário, o campo mais popular conta com algumas poucas figuras de referência. De Petrolina, Dulcicleide Amorim (PT) e Lucas Ramos (PSB); contando ainda com o trabalhador rural e sindicalista Doriel Barros (PT) e com o ex-prefeito de Caruaru José Queiroz (PDT); e na Região Metropolitana, destaque para a professora Teresa Leitão (PT), para o ex-prefeito do Recife João Paulo (PCdoB), para o mandato coletivo das Juntas (PSOL), além do fenômeno eleitoral que foi a delegada Gleide Ângelo (PSB).

A conquista de maioria para aprovação de projetos ligados aos interesses da população mais pobre dependerá muito da articulação com os 12 parlamentares do PSB, maior bancada da Alepe. Mas principalmente dependerá da "benção" do Governo do Estado, que conseguiu o apoio de quase todo o "centro" e de parte considerável dos parlamentares e partidos do campo mais à direita, a exemplo do PP dos Collins e de Joel da Harpa, partido que tem a segunda maior bancada da casa.

Na composição da Mesa Diretora, dois membros do PSB e dois do PP garantem o interesse do governador Paulo Camara na agenda da Alepe. Destaque ainda para Guilherme Uchoa Filho (PSC), que em seu primeiro mandato já assume a cadeira de 2º Vice-presidente da Assembleia. Ele herda o espólio político e eleitoral de seu pai, falecido em 2018, após 24 anos como deputado estadual, dos quais boa parte como presidente da Alepe, sempre apoiado pelos governadores. Uchoa pai também exercia enorme influência sobre o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE).

Edição: Monyse Ravena