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Contra o desmonte da Previdência, organizações vão às ruas da Grande BH

Frente Brasil Popular organiza panfletagens e conversas com a população nesta semana

Brasil de Fato MG | Belo Horizonte |
Registro da panfletagem que aconteceu nesta terça (19) no Centro da capital mineira
Registro da panfletagem que aconteceu nesta terça (19) no Centro da capital mineira - Wallace Oliveira

Nesta semana, organizações da Frente Brasil Popular realizam atividades nas ruas contra o desmonte da Previdência proposto pelo governo Bolsonaro (PSL). De terça (19) a sexta-feira (22), nas ruas de Belo Horizonte e Contagem, acontecem panfletagens e conversas com a população, explicando no que consiste a reforma. O último dia termina com grande ato, às 17h, na Praça Sete, centro da capital.

“Estou na Praça Sete [Centro de BH] hoje contra essa reforma absurda da Previdência Social. A reforma só beneficia o empregador: aumenta o tempo de contribuição, aumenta a idade e tira muita coisa até de quem é aposentado. Desvincula do salário mínimo. Quem está bancando esta reforma previdenciária são os bancos e fundos de previdência privada”, critica Sebastião Eduardo, do Sindicato dos Bancários de Belo Horizonte.

Maria Goreti de Araújo, ex-servidora pública da rede municipal de saúde e recém-aposentada, acredita que também será prejudicada pela reforma, pois o benefício do aposentado será desvinculado do salário mínimo. “Vai respingar em mim. Já estou vendo o benefício do meu marido, aposentado do INSS, diminuindo. Termina o mês sem dinheiro e sem fazer muita coisa. É uma reforma para matar de fome”, comenta.

Colapso da Previdência

O secretário-geral da Central Única dos Trabalhadores em Minas Gerais, Jairo Nogueira, explica que a proposta da capitalização obrigatória para os mais jovens é o fim do direito até mesmo para quem já se aposentou. A proposta é inspirada no sistema que a ditadura Pinochet implantou no Chile nos anos 70. A capitalização é uma espécie de fundo individual que cada trabalhador terá que manter para bancar seus benefícios no futuro.

Como o modelo atual, para ser financiado, depende de um pacto entre gerações, no qual os mais jovens contribuem com a aposentadoria dos mais velhos, se a reforma passar, faltarão recursos para manter os inativos. “Em um período muito curto, não haverá mais dinheiro para pagar quem está aposentado. Então, quem acha que tem direito adquirido corre um risco de ter um colapso da Previdência e o governo anunciar que não tem dinheiro para pagar quem já tem aposentadoria”, alerta o sindicalista.

Ele também adverte sobre os prejuízos que o sistema de capitalização representará para os mais jovens. “O trabalhador vai ter menos dinheiro. Hoje, se uma pessoa aplicar R$ 78 na Previdência Social, ela aposentará com um salário mínimo. Se ela aplicar R$ 100, na proposta de capitalização do governo, ela sairá com R$ 324”, prevê.

Panfletagens e ato

Para quem quiser ser informar sobre a reforma, sindicatos e movimentos da Frente Brasil Popular disponibilizam bancas com materiais explicando, de maneira simples, as principais consequências do modelo proposto pelo governo. As intervenções terminam com um ato público contra o desmonte da Previdência, na sexta-feira (22), às 17.

Confira a programação:

- 19, 20 e 21 e 22/03: barraca de distribuição de materiais na Praça Sete (BH), das 10h às 18h.

- 20/03: panfletagem na Estação Eldorado e Vilarinho, às 6h.

- 22/03: assembleias sindicais de diversas categorias em várias regiões da cidade e ato às 17h.

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Edição: Joana Tavares