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Saúde

Coluna de Ciências | Você sabe calcular se está acima do peso?

É possível – e perigoso – uma pessoa ficar obesa e desnutrida

Brasil de Fato | Belo Horizonte (MG) |
Nossos hábitos de vida têm se alterado para um padrão cada vez mais sedentário
Nossos hábitos de vida têm se alterado para um padrão cada vez mais sedentário - Foto: Reprodução

A obesidade é hoje um grande e crescente problema de saúde pública no mundo. Segundo a OMS, em 2018, 39% dos adultos estavam acima do peso e 13% obesos. Nos últimos 40 anos esses índices mais que triplicaram.

No Brasil, o cenário é ainda mais preocupante. De acordo com o Ministério da Saúde, em 2018, 54% dos brasileiros adultos apresentavam sobrepeso e 19% obesidade.

Já é bastante conhecida pela ciência a relação entre excesso de peso e doenças graves, como pressão alta, diabetes, câncer e problemas cardiovasculares. A obesidade é intimamente ligada às principais causas de morte atuais.

Como chegamos a tal cenário se, há um século, a desnutrição e a fome eram problemas graves da humanidade? É preciso entender que desnutrição não é sinônimo de baixo peso. Alguém pode estar obeso e desnutrido se faltar em sua dieta algum nutriente essencial para o organismo. Ou seja, aqueles problemas seguem atuais.

As causas mais apontadas para o aumento de peso da população são a mudança nos padrões alimentares e o sedentarismo. Deixamos cada vez mais de ingerir alimentos naturais para consumir produtos ultraprocessados, que têm uma quantidade muito acima da recomendada de gorduras, açúcares e sais.

Ao mesmo tempo, nossos hábitos de vida têm se alterado para um padrão cada vez mais sedentário. Nos deslocamos por veículos automotores. Trabalhamos horas sentados, com pouca atividade física. Nos falta tempo para a prática de esportes. E em nossas horas de lazer optamos por ficar na frente de telas.

E você? Sabe se seu peso está ok? Há maneiras fáceis de descobrir. A mais comum é o cálculo do IMC. Você precisa do seu peso (em kg) e da sua altura (em cm). Divida o primeiro pelo segundo ao quadrado (peso/altura²). O resultado da conta é o seu IMC. Representa, em adultos: até 18,5, baixo peso; de 18,5 a 25, ideal; de 25 a 30, sobrepeso; acima de 30, obesidade.

Outra continha que ajuda é o cálculo da Relação Cintura Quadril. Meça com uma fita a sua cintura e o seu quadril. A cintura deve ser medida na parte de menor circunferência, acima do umbigo. E o quadril na de maior, no meio do bumbum. Divida então o valor da cintura pelo do quadril. O número obtido é o seu RCQ. Geralmente, valores acima de 0,89 (homens) e 0,78 (mulheres) indicam risco alto para doenças.

Nada disso substitui uma ida ao médico e nutricionista! E busque cada vez mais a prática de atividade física e uma alimentação de qualidade e equilibrada.

Um abraço e até a próxima!

Renan Santos é professor de biologia da rede estadual de Minas Gerais.

Edição: Elis Almeida