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Coluna Curta e Grossa | O futebol feminino tem graça, sim!

A “graça” de ver uma mulher jogando bola é algo que vem sendo conquistado com muita luta

Brasil de Fato | Belo Horizonte (MG) |

No próximo dia 7 de junho começa, na França, a oitava edição da Copa do Mundo de Futebol Feminino da FIFA. Ao todo, serão 24 seleções em busca do título mundial, divididas em seis grupos de quatro equipes. Presente em todas edições da Copa, o Brasil busca sua primeira conquista no Mundial e estreia contra a Jamaica, no dia 9, em Grenoble.

Apesar de estar longe do prestígio da sua versão masculina, a Copa do Mundo Feminina mostra a força das mulheres no futebol, sobretudo no Brasil, onde a modalidade resiste há anos. É comum ouvir, principalmente da boca de homens, que “ah, o futebol feminino não tem graça”.

E a pergunta que fica é: como vai ter graça, quando o incentivo e o apoio são completamente desproporcionais em relação ao futebol masculino? A “graça” de ver uma mulher jogando bola é algo que vem sendo conquistado com muita luta. Até o final dos anos 70, o futebol feminino era proibido no Brasil.  O artigo 54 do decreto-lei 3199, de 1941, dizia que o esporte era “incompatível com a natureza feminina”. Em bom português, “futebol não era coisa para mulher”. Um pensamento antigo e machista, que até hoje é replicado por muita gente.

Após a mudança na lei, o futebol feminino continuou sendo alvo de preconceito e descaso. O que se viu foi pouca profissionalização e investimento no cenário nacional, mesmo com a seleção participando de todos os principais campeonatos mundiais.

Só em 2004, quando a seleção feminina conquista sua primeira medalha de prata, nas Olimpíadas de Atenas, que começaram a perceber o futebol de nossas mulheres. Nomes como Marta, Formiga e Cristiane despontam no esporte e tornam-se conhecidas além dos campos. O ápice vem nas Olímpiadas do Rio 2016. Mesmo sem medalhas, o início arrasador da equipe feminina fez com que, pela primeira vez, substituíssem Neymar por Marta nos destaques da época.  

Neste ano, os jogos da Seleção Brasileira no Mundial serão transmitidos pela primeira vez em emissora aberta. Essa é a melhor oportunidade de olharmos para o futebol feminino com o respeito que nossas jogadoras merecem. Apesar do início de temporada tumultuado em 2019, é costume dizer que, no futebol, a torcida é a camisa 12 que um time precisa. Tanto para ganhar, quanto para se manter vivo.

Portanto, tire seu preconceito de campo. O futebol feminino tem graça, sim!

Edição: Elis Almeida