Paraná

7 de setembro

Curitiba de luto: mais de 5 mil pessoas protestam contra os cortes na educação

Movimentos sociais, sindicatos, organizações estudantis denunciaram os ataques do Governo Bolsonaro

Curitiba |
Mais de 5 mil pessoas em Curitiba, em protesto no dia 7 de setembro
Mais de 5 mil pessoas em Curitiba, em protesto no dia 7 de setembro - Giorgia Prates

O centro da cidade de Curitiba foi ocupado neste 7 de setembro por quem resolveu sair de preto em protesto contra os ataques do governo Bolsonaro à educação e outras áreas. Movimentos populares, sindicatos, organizações estudantis e da educação fizeram uso da palavra no ato de concentração, na Praça Santos Andrade, denunciando especialmente os cortes recentes no ensino superior e contra o desmatamento na Floresta Amazônica. Mais de 5 mil pessoas se reuniram para a caminhada que seguiu até o Largo da Ordem.

Gleisi Hoffmann, presidente nacional do PT fez a última fala antes do início da caminhada, afirmando que é preciso continuar na rua. “Temos 11 milhões de desempregados, 30 milhões de pessoas no subemprego, a fome voltou ao Brasil e não tem uma política, uma linha, uma proposta do governo Bolsonaro para tirar o povo da crise", disse. Também estiveram no ato o ex-senador Roberto Requião (MDB), o ex-deputado federal Ângelo Vanhoni (PT) e a vereadora de Curitiba Professora Josete (PT).

Novamente, como em outros atos, os estudantes estiveram presentes. De camisetas pretas, pintados no rosto de verde e amarelo, puxavam palavras de ordem pedindo “Fora Bolsonaro.” Daiane Duarte, estudante de História, pela PUC Pr, disse que sua presença no ato se dá porque está pensando no futuro. “Minha faculdade é particular, não tem programa de Mestrado e eu desejo continuar estudando. Na minha área só tem na Federal. Com os cortes vão acabar os programas especialmente para licenciaturas,” disse. Para ela, também o exercício da solidariedade com os que cursam universidade pública é importante. “`É hora de todo mundo se colocar no lugar do outro.”

Desde o começo do ano a educação superior vem recebendo notícias que vão diminuindo a área de pesquisa cientifica no Brasil. Já são ao todo 12 mil bolsas de estudo a menos. Na semana passada mais um corte de mais de 5.613 bolsas de pós-graduação que seriam ofertadas pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) a partir de setembro, medida que se soma ao bloqueio de outras 6.198 bolsas anunciadas no primeiro semestre.  

Professor da Universidade Federal do Paraná, do curso de Artes Visuais, Felipe Prando, estava com toda a família na manifestação. “Estou aqui porque é o que é necessário fazer diante de todo o desmonte da educação e que as instituições públicas vêm sofrendo de ataques deste governo fascista.” Já o professor da rede estadual de ensino, Francisco Manoel de Assis Franca, disse que estar na rua é também para conscientizar quem ainda não percebeu a gravidade do atual governo. “Estamos sofrendo todas as ataques no que se refere aos direitos básicos. Um  governo que mente para a população diariamente. E que não respeita os trabalhadores. Precisamos falar, denunciar..."

O final do ato contou com a participação de artistas que fizeram uma grande celebração no Largo da Ordem, entoando músicas de protesto e palavras de ordem como “Você não soube votar, eu avisei!”

Edição: Redação