Em 7 de outubro de 1963, uma greve de operários da Usiminas, empresa instalada nos anos de 1950 na cidade do Leste de Minas, pedia que acabassem as humilhações nas revistas de entrada e saída do serviço, além de melhorias nas condições de trabalho.
Cerca de sete mil pessoas aguardavam o término de uma reunião que envolvia a direção da Usiminas, o sindicato, Polícia Militar e lideranças religiosas para investigar as circunstâncias de um conflito na noite anterior.
Antes do fim da negociação, um policial começou a atirar. Segundo os relatos, os disparos pareciam para o alto, mas pessoas começaram a cair. Oficialmente, foram oito mortos. Entre eles uma criança de três meses que estava no colo da sua mãe. No entanto, testemunhas afirmam que o número pode ser dez vezes maior.
Alguns policiais envolvidos chegaram a ser detidos por 30 dias e foram afastados da corporação. Depois do golpe militar de 1964, as punições foram revertidas. Em 2013, a Comissão Nacional da Verdade voltou a investigar o tema, inclusive o número real de assassinados, que ainda segue em aberto.
Assista ao depoimento de José Benedito, ex-trabalhador da Usiminas:
Edição: Joana Tavares