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Saúde

Saúde é apontada como uma das principais áreas para gerar emprego

No estado e no município do Rio governos seguem apresentando problemas de gestão na área

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |

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Dados da Defensoria Pública do Rio de Janeiro indicam que, em 17 de junho deste ano, havia 1.071 leitos públicos bloqueados na cidade
Dados da Defensoria Pública do Rio de Janeiro indicam que, em 17 de junho deste ano, havia 1.071 leitos públicos bloqueados na cidade - Arquivo/ Agência Brasil

A saúde no estado e município do Rio de Janeiro tem sido encarada como um problema nos últimos anos. Falta de medicamentos, dificuldade para internação e atendimentos são alguns dos obstáculos impostos à população carioca e fluminense que depende da assistência pública de saúde.

Dados da Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro apontam que, em 17 de junho deste ano, havia 1.071 leitos públicos bloqueados na cidade por condições inadequadas. O levantamento foi divulgado em uma reportagem do jornal Folha de São Paulo.

Para José Gomes Temporão, ex-ministro da saúde do governo Lula e médico sanitarista, o aumento da desigualdade potencializado pela crise econômica do estado contribuiu para que a situação na saúde atingisse níveis alarmantes. Temporão também vê responsabilidade na gestão do prefeito Marcelo Crivella (PRB) que, desde 2017, extinguiu aproximadamente 180 equipes de saúde da família.

“Primeiro o desemprego, um conjunto muito grande de pessoas que tinham acesso ao plano de saúde, porque o vínculo empregatício garantia, foram para o setor público e ao mesmo tempo o setor público teve uma brutal redução das ofertas de serviço. O estado [RJ]  apresentou uma situação financeira muito grave e cortou recursos e investimentos. Deixou de contratar, ampliar, fechou serviços. Grave também é a situação do município do Rio onde, de maneira deliberada, o atual prefeito Crivella praticamente reverte o que foi construído nos últimos 10 anos que foi uma grande cobertura de saúde da família e policlínicas”, explica o ex-ministro.

Saúde como solução

Entender a saúde como uma área com potencial econômico e de geração de emprego e renda é uma das vertentes defendidas pelo economista e líder do grupo de pesquisa sobre desenvolvimento, complexo econômico industrial e inovação em saúde (GIS/FIOCRUZ), Carlos Gadelha. Para ele, a saúde é a porta de acesso à quarta revolução tecnológica.

“A saúde gera muito emprego, só ela gera 20 milhões de empregos, a saúde da família gera cerca de 3 milhões de empregos. A gente tem que mudar a perspectiva que a gente trabalha e ver que saúde é oportunidade, mostra que aquele dilema se o bem estar cabe ou não no PIB é um falso dilema, o bem estar aumenta o PIB. Se a gente não tiver um domínio e soberania do conhecimento, o Brasil vai ser mero consumidor de pacotes tecnológicos e a gente vai virar refém e voltar a uma situação de escravidão cognitiva frente aos poucos países que detêm conhecimento na área da saúde”, ressalta Gadelha. 
 

Edição: Vivian Virissimo