Mulheres do bairro Alto Vera Cruz, em Belo Horizonte, foram convidadas para uma conversa um pouco diferente. O projeto Favela Hacklab promove, desde 18 de novembro, três oficinas voltadas à criatividade, à criação e ao empreendedorismo. A ação, que é gratuita, oferece um Ateliê de Costura Criativa, com Juliana Porfírio, a oficina Circuito Instalações Elétricas, com Sara Lana, e o Conversadeiras: a Arte do Encontro Por Meio da Marcenaria, com Fernanda Tosta.

Mas não são apenas cursos, dizem os organizadores. As alunas aprendem a usar soldas, máquinas de costura, furadeira, interruptores, baterias e parafusos. Aprendizados que podem contribuir para a autonomia financeira e independência das participantes.

Fred Paulino, integrante do Projeto Gambiologia, que organiza as oficinas, explica que as oficinas foram feitas para mulheres porque a tecnologia sempre foi um território ocupado na maioria por homens. Assim, temos um “débito” em relação a capacitar mulheres nessas áreas. Além disso, a casa onde acontecem as oficinas, no Alto Vera Cruz, foi reformada para se transformar em uma creche. “Principalmente mães vão circular por ali, daí aproveitamos para fazer oficinas voltadas a esse público”, diz Fred.

As oficinas, que já estão acontecendo, tiveram todas as suas vagas preenchidas, o que para Fred está sendo surpreendente.

Desde 2008

Um dos promotores das atividades, o Projeto Gambiologia é uma plataforma, surgida em Belo Horizonte em 2008, que propõe ações relacionadas à tradição da gambiarra, envolvendo cultura e eletrônica. Eles realizam exposições coletivas, como a “Gambiólogos/Maquinações”, e a publicação da “Facta – revista de Gambiologia”. A plataforma também propõe ações educativas. O Favela Hacklab é organizado em parceria com a Associação Arebeldia, fundada pelo músico Flávio Renegado no Alto Vera Cruz.

Edição: Elis Almeida