Minas Gerais

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Contrariando orientações de saúde, Sete Lagoas (MG) reabre quase todo o comércio

Prefeitura assinou o decreto nesta terça (31) e foi questionada pela população

Brasil de Fato | Belo Horizonte (MG) |
sete lagoas cidade mg
Cidade tem dois casos confirmados e 271 casos em investigação - Prefeitura de Sete Lagoas

A população da cidade de Sete Lagoas, região central de Minas Gerais, recebeu na terça (31) a notícia de que a Prefeitura Municipal está flexibilizando o funcionamento do comércio. O decreto do prefeito Dúlio de Castro Faria (Patriota) liberou o funcionamento de aproximadamente 80 tipos de estabelecimentos.

Estão entre eles setores industriais, fabricação e distribuição de remédios, cosméticos, materiais clínicos; toda a cadeia de alimentação, de açougues a restaurantes comuns e em beira de estrada; construção civil; transporte em geral; estabelecimentos relacionados à saúde e à estética, como salões de beleza; cartórios, advocacias e imobiliárias; entre outros.

A justificativa do prefeito, divulgada na página da Prefeitura no Facebook, é de que a disseminação do vírus está sob controle na cidade e a volta do comércio é necessária à sobrevivência da maioria da população. “Estamos fazendo essa readequação para que possamos analisar o reflexo do mercado”, afirmou o prefeito, destacando que a decisão foi tomada de forma colegiada pelo Comitê Gestor de Crise de Sete Lagoas.

Segundo dados do boletim epidemiológico de Minas Gerais do dia 31, dois casos de contaminação foram confirmados na cidade. O boletim municipal aponta ainda que o serviço de saúde já recebeu 301 notificações de possíveis contaminações, sendo que 271 casos continuam em investigação. Em todo o estado, são 34.224 casos suspeitos e 275 confirmados.

População opina nas redes sociais

A população de Sete Lagoas se pronunciou nas redes sociais sobre a atitude da prefeitura com opiniões divergentes. De um lado, pessoas que aplaudiram a decisão do prefeito, principalmente pela ótica da economia. “A cidade não pode parar. Já tem empresa quase fechando. E temos que torcer a favor. Vamos ter serenidade. Cadê as boas energias”, escreveu uma internauta.

A maioria comentou com críticas e cobranças à prefeitura. “Os ônibus vão voltar a andar lotados, a proliferação aumentará com certeza”. “Há quantos respiradores? Houve ampliação de leitos de UTI? Se preparam caso esse TESTE de reabertura de alguns comércios, der errado, se houver uma grande demanda? Qual é o plano?”, questionou outra pessoa. “Quantas cidades vizinhas também estão sendo afetadas indiretamente com esse decreto da "morte"?”.

Outros comentaram, ainda, que colocar nas mãos da população a escolha por saúde ou sobrevivência não é a melhor maneira de agir durante uma pandemia. Essa opinião está sendo confirmada por economistas de todo o país, inclusive da Universidade Federal de Minas Gerais, que indicam aos governos que mantenham a quarentena, invistam dinheiro no Sistema Único de Saúde (SUS) e distribuam a renda básica à população que não consegue garantir seu sustento nesse momento.

Datas

Este decreto municipal altera outro decreto, de 16 de março, no qual a prefeitura setelagoana decretou situação de emergência em saúde pública, e que tinha a validade de 15 dias. De acordo com o prefeito, o novo decreto (nº 6.240) pode ser reavaliado na próxima reunião do Comitê Gestor de Crise de Sete Lagoas, na segunda-feira, dia 6 de abril.

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Edição: Joana Tavares