Pernambuco

Ônibus

Demitidos há um mês, rodoviários protestam por reintegração prometida

Há trabalhadores que sequer receberam seus direitos relativos à rescisão e estão dependendo de doações de cestas básicas

Brasil de Fato | Recife (PE) |
O protesto se deu na sede do Sindicato dos Rodoviários de Pernambuco, no bairro de Santo Amaro, Recife - Divulgação

Nesta quarta (6) um grupo de 50 motoristas e cobradores, demitidos há cerca de um mês, protestaram pela readmissão. Entre as pautas dos trabalhadores também está o pagamento da rescisão contratual a que têm direito, já que algumas empresas alegaram falência e se negaram a pagar o valor. Devido à pandemia, muitos trabalhadores não estão conseguindo dar entrada no pedido para receber o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS).

O protesto se deu na sede do Sindicato dos Rodoviários de Pernambuco, no bairro de Santo Amaro, Recife. A entidade garante ter distribuído equipamentos de proteção individual (EPIs) aos presentes e tê-los mantido a uma distância segura para evitar a contaminação. O sindicato afirma que tem distribuído cestas básicas para trabalhadores que estão com as rendas familiares comprometidas, mas não tem dado conta de todos, porque já é grande o número de demitidos. Doações de alimentos podem ser entregues na sede da entidade, na rua Araripina, número 111, Santo Amaro.

No dia 31 de março as empresas de transporte urbano demitiram cerca de 3 mil trabalhadores. O Sindicato dos Rodoviários denunciou que desde o início do isolamento social em Pernambuco os empresários do transporte têm colocado nas ruas uma frota reduzida, equivalente à de domingo, mantendo ônibus cheios e expondo passageiros, motoristas e cobradores. O sindicato das empresas de ônibus (Urbana-PE) alega que o isolamento social havia derrubado em mais de 70% o fluxo de passageiros, o que teria obrigado as empresas a reduzirem pela metade as frotas de ônibus.

No início de abril, dias após serem demitidos, os motoristas e cobradores ouviram do governador Paulo Câmara (PSB), em pronunciamento na TV, que as demissões seriam revertidas. Mas no caso o governador não garantiu como, se colocando como mediador entre o sindicato dos trabalhadores, o sindicato das empresas e o Ministério Público do Trabalho (MPT).

Edição: Marcos Barbosa