Minas Gerais

Protesto

Movimento social denuncia medidas adotas por prefeito de Uberlândia (MG)

Cidade do Triângulo Mineiro é recordista no número de casos diagnosticados no estado, ultrapassando a capital

Brasil de Fato | Belo Horizonte (MG) |
Uberlândia foi umas das primeiras cidades do estado a flexibilizar o comércio mesmo antes de atingir o pico de contaminação - Letícia Zardo

O Levante Popular da Juventude realizou neste domingo (21) uma ação em frente ao prédio da Câmara Municipal de Uberlândia, no Triângulo Mineiro. Foram estendidas faixas contrárias ao prefeito, Odelmo Leão (PP) e ao presidente Jair Bolsonaro, e colocadas no local cerca de 75 cruzes pretas, simbolizando as mortes do Covid-19 que aconteceram na cidade até então. A ação foi divulgada nas redes sociais do movimento através de fotos e texto, além de um vídeo dos jovens denunciando as medidas adotadas pelo prefeito. Nesta segunda (22), a cidade chegou a 79 óbitos confirmados.

Entenda o caso

A cidade é o epicentro da pandemia no estado de Minas Gerais. Chegou a passar a capital, Belo Horizonte, em número de diagnósticos. Uberlândia tem quase 5,5 mil casos confirmados, enquanto a capital tem 4.428 e uma população mais de três vezes maior. O número de óbitos em BH chegou a 96 na tarde desta segunda, segundo os boletins municipais de saúde.

Na sexta-feira (19), o prefeito, Odelmo Leão, junto do Núcleo de Enfrentamento ao Covid-19, deliberou algumas medidas que, segundo a denúncia do Levante Popular da Juventude, trazem pouca diferença do que já vinha sendo feito no município, mantendo grande parte do comércio da cidade em funcionamento. “O documento se compromete a fiscalizar os estabelecimentos com restrição de funcionamento, porém desde o início da quarentena esta medida foi posta e não foi cumprida, houve diversas denúncias ignoradas ao longo desses três meses. Eles falam que vão fiscalizar, mas não o fazem”, afirma Kaique Fernandes, militante do Levante, e continua: “A situação é ainda mais grave se formos levar em conta as suspeitas que não estão sendo testadas ou a demora para receber o diagnóstico. Isso sem falar que o prefeito aprova o uso da cloroquina, cuja eficiência é negada pela comunidade científica internacionalmente. A prefeitura deve dar condições para que as pessoas possam ficar em casa, pressionar o governo federal e estadual, além de conscientizar a população.”

Uberlândia foi umas das primeiras cidades do estado a flexibilizar o comércio mesmo antes de atingir o pico de contaminação. Segundo o vídeo divulgado pelo movimento, eles pedem que a administração pública siga os exemplos de outras cidades brasileiras, como o que o ocorreu São Luís (MA), Fortaleza (CE) e Niterói (RJ), que estão entre os municípios que colocaram em prática o lockdown (fechamento total). O vídeo também destaca a necessidade de seguir as orientações da OMS (Organização Mundial da Saúde).

Tentamos contato com a prefeitura, mas não houve retorno até o fechamento desta matéria.

Edição: Joana Tavares