Rio Grande do Sul

CORONAVÍRUS

Pandemia avança e RS tem 27 óbitos e 1.081 casos de covid confirmados nesta quinta

Com internações em UTIs em alta, governador faz apelo para que população fique em casa nos próximos 15 dias

Brasil de Fato | Porto Alegre |
"Estamos com o sinal de alerta ligado pelo ritmo de ocupação das nossas UTIs", disse Eduardo Leite - Legado Lima 2019

O Rio Grande do Sul registrou 1.081 novos casos de covid-19 e 27 óbitos nesta quinta-feira (2), conforme boletim da Secretaria Estadual da Saúde. Com isso, já são 29.195 casos confirmados e 663 vítimas no estado desde o início da pandemia.

Os novos óbitos são dos municípios de Porto Alegre (3), Alvorada (3), Bento Gonçalves (2), São Leopoldo (2), Gravataí (2), Rio Grande (2), Arvorezinha, Esperança do Sul, Getúlio Vargas, Horizontina, Ibiaçá, Imbé, Novo Hamburgo, Parobé, Passo Fundo, Redentora, São José do Norte, Sapucaia do Sul e Teutônia.

Durante o mês de junho, a situação epidemiológica foi se agravando no estado, que foi vendo a curva de contaminações, mortes e internações por covid-19 aumentando. Nesta semana, seis grandes regiões foram classificadas no distanciamento controlado com a bandeira vermelha. Quase metade da população (46% dos gaúchos vivem nessas regiões) está sob risco epidemiológico alto por estar com elevada ocupação hospitalar e propagação de coronavírus.

Nesta quarta-feira (1º), o governo gaúcho apresentou os resultados da quinta rodada de testes rápidos da pesquisa sobre a prevalência da covid-19 no Rio Grande do Sul, sob coordenação da Universidade Federal de Pelotas (UFPel). O resultado estima que mais de 53 mil gaúchos já tenham sido contaminados. O reitor da UFPel, Pedro Hallal, tem defendido um lockdown rigoroso de 15 dias no Brasil inteiro para combater a curva de contágio.

Fique em casa nos próximos 15 dias

Nesta quinta, o governador Eduardo Leite lançou um vídeo em que faz um apelo à população para contribuir com as medidas de isolamento para evitar medidas mais restritivas. “É fundamental que, nos próximos 15 dias, retomemos os níveis de isolamento intenso que observamos no início de abril. Vivíamos, naqueles dias, os primeiros movimentos de convivência com a doença. Agora, eu sei, estamos todos cansados, pois somos todos humanos, mas não é hora de desistir! Pelo contrário: diante do momento mais crítico, a nossa melhor resposta ainda é a persistência”, disse.

Segundo Leite, julho chegou com a pior das notícias: “estamos com o sinal de alerta ligado pelo ritmo de ocupação das nossas UTIs. Confiamos nos efeitos de contenção do nosso modelo de Distanciamento Controlado, mas o modelo só se concretiza a partir do comportamento das pessoas”, reforçou.

Na segunda-feira, o governador havia sinalizado que as regiões sob bandeira vermelha precisam reduzir a velocidade de disseminação do vírus. Caso contrário, “poderão vir a entrar numa bandeira preta, com mais restrições e, se ainda permanecer uma bandeira preta com velocidade de disseminação do vírus maior, não haverá outro caminho que não seja o lockdown para essas regiões", reforçou.

Aulas sem previsão de retorno

Em transmissão pelas redes sociais nesta quinta-feira, Leite disse que não há prazo para o retorno de aulas presenciais em todos os níveis de educação no estado, tanto nas redes pública quanto privada. Inicialmente, havia um plano de retomada gradual, que foi inviabilizado. “É evidente, diante do quadro que nós estamos enfrentando, que não há ainda fechamento de questão sobre o retorno de aulas presenciais. Nós estamos justamente passando pelo momento mais crítico agora, não é razoável que a gente faça um retorno às aulas presenciais. Não haverá retorno presencial, não há ainda retorno presencial previsto para a educação”, frisou.

:: Para Sindicatos, governo do RS segue a cartilha de desmonte do governo federal ::

Recorde de internados nas UTIs na Capital

Porto Alegre é a cidade mais atingida pela pandemia no estado. Chegou a 95 óbitos e 2.779 casos, conforme dados da SES. Nesta quinta-feira, os hospitais da cidade registraram um novo recorde de pacientes internados em leitos de UTI com confirmação ou suspeita de covid-19. São 210 pacientes, sendo 165 pessoas com a doença confirmada 45 com suspeita. Os hospitais da Capital estão com 81,77% dos leitos UTI ocupados.

Em todo o estado, 417 pacientes com covid-19 confirmada e 162 com suspeita da doença ocupam leitos de UTI, conforme dados da SES atualizados às 17h desta quinta. A taxa de ocupação geral no RS é de 69,9%, tendo 1.535 dos 2.196 leitos ocupados.

Quase 1,5 milhões de infectados no país

Em todo o Brasil, segundo dados do Conselho Nacional de Secretarias de Saúde (Conass) atualizados na tarde desta quinta, o número de mortes por covid-19 chegou a 61.884, com 1.252 óbitos confirmados nas últimas 24 horas. Foram registrados 48.105 novos casos da doença, elevando para 1.496.858 o número de casos confirmados no país.

O que é coronavírus?

É uma extensa família de vírus que podem causar doenças tanto em animais como em humanos. De acordo com a  Organização Mundial de Saúde (OMS), em humanos, os vários tipos de vírus podem causar infecções respiratórias que vão de resfriados comuns até a crises mais graves como as provocadas pela síndrome respiratória do Oriente Médio (MERS) e a síndrome respiratória aguda severa (SRAS). O coronavírus descoberto mais recentemente causa a doença covid-19.  

Como ajudar a quem precisa?

A campanha “Vamos precisar de todo mundo” é uma ação de solidariedade articulada pela Frente Brasil Popular e pela Frente Povo Sem Medo. A plataforma foi criada para ajudar pessoas impactadas pela pandemia da covid-19. De acordo com os organizadores, o objetivo é dar visibilidade e fortalecer as iniciativas populares de cooperação.

Como tirar dúvidas?

A Secretaria Estadual da Saúde recomenda à população e aos profissionais de saúde do RS que entrem em contato com a vigilância epidemiológica de seu município para esclarecimento de dúvidas. Nos horários que as repartições municipais não estiverem atendendo ao público, está disponível o telefone 150 - Disque Vigilância da SES. Questionamentos podem ser encaminhados também para o email [email protected].

Edição: Marcelo Ferreira