Paraná

CULTURA

Artista defende arte para reconstrução da identidade da mulher negra

No Julho da Pretas, exposição homenageia a escritora Conceição Evaristo

Curitiba (PR) |
Conceição Evaristo - Foto: Arquivo pessoal I Diagramação: Vanda Morais

No Julho da Pretas, exposição homenageia a escritora Conceição Evaristo Eliana Brasil é mineira e mora desde 1997 em Curitiba. Começou como artesã, mas seu interesse em história da arte e como instrumento de transformação da realidade a levou, aos 40 anos, a cursar Artes Visuais na UFPR. “Ali me aprofundei em pintura e escultura. E descobri a performance com linguagem artística. Uma ferramenta muito importante para mim, mulher negra dentro de uma universidade.”

Em 2019, pesquisou a presença das mulheres negras artistas no Paraná. E a partir daí formou o Coletivo “Eró Erê”, que reúne mulheres negras artistas visuais. Em yorubá, “Eró Erê”, significa “salve a gamaleira”, árvore de raízes fortes, símbolo religioso de matriz afro-brasileira.

As exposições do coletivo começaram em 2018, com coletânea de 23 trabalhos de sete artistas negras fotógrafas e artistas plásticas. Em 2019, integraram a programação do Julho das Pretas, inaugurando a exposição “Negras Conexões”, no Museu de Arte Contemporânea do Paraná.

Para o Julho das Pretas de 2020, o coletivo está com a Exposição Virtual “Sobrevivências”, que homenageia a escritora Conceição Evaristo e fala sobre a identidade das mulheres negras. A exposição está disponível para visitas no site https://eroere2018.wixsite.com/coletivo-eroere/julho-das-pretas-2020.

“Acredito que meu trabalho possa ser instrumento para a reconstrução da identidade da mulher negra, perdida com todo o processo de escravização e massacre do povo negro. Uma possibilidade também de reconstruir narrativas para criarmos uma história positiva para nossas mulheres, meninas, filhas e em memória de nossas ancestrais, que nos deixaram este legado de força, luta e resistência”, diz Eliana.

Edição: Gabriel Carriconde