Paraná

SISTEMA PRISIONAL

Acampamento de familiares escancara condições dos encarcerados

Familiares de pessoas encarceradas saem às ruas por itens básicos, necessários sobretudo em tempos de pandemia

Curitiba (PR) |
Familiares de pessoas encarcerados se manifestam por melhores condições para seus entes - Foto: Giorgia Prates I Diagramação: Vanda Morais

Familiares de pessoas encarceradas saem às ruas por itens básicos, necessários sobretudo em tempos de pandemia. O programa “BDF Onze e Meia” contou a presença de Carina Correia, familiar de um detento, Renato Almeida de Freitas, advogado e mestre em Direito Penal, e o assistente social Moisés. Os três forneceram um quadro completo das injustiças do sistema carcerário no Paraná e no Brasil. 

Carina denuncia que as famílias estão se sentindo “humilhadas enquanto lutam pela garantia dos direitos humanos dos seus familiares. Direitos esses que é obrigação dos Estados. Direitos esses que todos merecem, sem discriminação”, afirmou. 
De acordo com informações da direção da Penitenciária Estadual de Piraquara, (PEP I) dos 67 presos que fizeram o teste de Covid-19, no dia 17 do mês de julho, 56 testaram positivo. Segundo o Mapa de Monitoramento da Prevenção ao coronavírus nas Unidades Penais do Paraná, são hoje 353 Presos e 119 policiais penais confirmados com o vírus nos locais – número considerado irreal pelos familiares. 

Quando falamos no sistema carcerário não paramos para pensar que vivemos em um país cuja estrutura social é racista, patriarcal e que a divisão econômica não favorece a cidadania. O encarceramento responde, então, a essa estrutura social. "Para que seja efetivada a punição para essas pessoas que estão privadas da liberdade se faz necessário, diante do entendimento do capitalismo, que elas vivam de maneira ainda mais miserável do que poderiam estar vivendo do lado de fora e temos que fazer essa crítica agora, temos que pensar sobre esses conflitos", afirma Renato Freitas. 

Edição: Gabriel Carriconde