Denúncia

ONU pede explicações ao governo Bolsonaro sobre despejo no Quilombo Campo Grande (MG)

Oito famílias foram retiradas de suas casas, e uma escola do assentamento foi destruída

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

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Nenhum amparo às famílias foi oferecido pelo governo do estado - Foto: Divulgação/MST

O Relator Especial da Organização das Nações Unidades (ONU) para moradia, Balakrishnan Rajagopal, pediu explicações para o governo de Jair Bolsonaro sobre o despejo violento de 14 famílias, além da ameaça de despejo de mais 450 famílias sem-terra no acampamento Quilombo Campo Grande, em Campo do Meio (MG). 

A Campanha Despejo Zero enviou para o relator especial um informe denunciando o caso no dia 13 de agosto. No informe, a articulação da campanha pede que o governador do Estado de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), seja oficiado para a suspensão imediata da reintegração de posse.

Determinado pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais com o aval do governador do estado, Romeu Zema (Novo), o despejo foi iniciado no dia 12 de agosto em uma ação que envolveu cerca de 150 policiais militares. 

Após a pressão de diferentes organizações e movimentos de defesa dos direitos humanos, o governador chegou a declarar em sua conta no Twitter que o despejo estaria suspenso, mas a ação seguiu no dia seguinte. 

O desfecho se deu após três dias de resistência dos acampados, que ocupam o local há 22 anos. Cerca de 450 famílias vivem na área da usina falida Ariadnópolis, da Companhia Agropecuária Irmãos Azevedo (Capia), que encerrou as atividades em 1996. Nenhum amparo às famílias foi oferecido pelo governo do estado.

Edição: Rodrigo Durão Coelho