Minas Gerais

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Resistência dos movimentos durante a pandemia alimenta a esperança

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foto de manifestaão do grito dos excluídos 2018
"A resistência alimenta a esperança na história da humanidade, construindo condições objetivas para uma sociedade nascida do poder popular" - Créditos da foto: Reprodução
Lutar, resistir e sonhar são verbos que se fazem presentes nos longos meses de pandemia

Frente as dificuldades pela situação de emergência em saúde provocada pela pandemia do coronavírus, o Brasil, se flagela entre as queimadas dos maiores biomas do país, a volta precipitada de serviços e o aumento da miséria. A população fica assim ainda mais vulnerável a toda forma de opressão.

Porém é neste cenário que se reinventam brilhantemente os movimentos sociais.

A população de baixa renda no Brasil vive na penúria entre a alta dos preços dos alimentos e a diminuição do auxílio emergencial. No momento mais difícil já vivenciado pela história da humanidade, perceber que os mais pobres assistem aumentar a desigualdade social como consequência das decisões do governo federal e de seus aliados.

Esta difícil realidade é resultado do golpe de 2016, a partir do qual, percebe-se uma correlação de forças que produziu um governo sem nenhuma participação da classe trabalhadora. O avanço do neoliberalismo trouxe uma agenda desfavorável aos mais pobres. O sucateamento das políticas públicas, o fim dos conselhos de direitos, a Emenda Constitucional 95, as reformas trabalhistas e da Previdência enfrentaram a resistência dos movimentos sociais, mas ainda assim, se realizaram.

As ações que se instituem no campo da solidariedade de classe, vem sendo promovidas em todo país e tem sido uma forma de denunciar tais violências na busca por minimizar o caos vivenciado no campo e na cidade. A alta dos preços dos alimentos é resultado do esvaziamento das políticas de segurança alimentar e nutricional e do apoio a agricultura familiar. E por outro lado assistimos a ampla expansão do agronegócio, principal responsável pelos incêndios criminosos nos biomas da Amazônia, Cerrado e Pantanal dos últimos anos.

A população de baixa renda no Brasil vive na penúria entre a alta dos preços dos alimentos e a diminuição do auxílio emergencial

Nas cidades, os cortes nas políticas sociais e o aumento do desemprego, se somam a decisão de redução de 50% no valor do pagamento do auxílio emergencial. Os responsáveis pela pasta da economia do governo federal pretendem ainda este ano reapresentar o programa Renda brasil, configurando o fim do positivo histórico do Bolsa Família.

Nos últimos meses se destacam e se intensifica as ações de base, entre elas as ações promovidas pelo Movimento de Trabalhadoras e Trabalhadores por Direitos (MTD). O movimento está organizado em diversas periferias brasileiras e ao promover ações de diálogo sobre o direito à alimentação e os cuidados básicos em saúde, consolida a aproximação com a população em situação de baixa renda de forma politizada.

Também, a produção de alimentos pela produção da reforma agrária, em especial do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), mostra a força da agroecologia. Esta ação promove a resistência do campo frente aos ataques sofridos, como no sul de Minas Gerais, na cidade de Campo do Meio.

Não é possível viver pela metade. A resistência da classe trabalhadora e dos movimentos organizados tem feito frente à adversa agenda imposta pela pandemia e aos neoliberais. Entre atos nas redes sociais, atividades de formação, gritos de excluídos e excluídas e ações da juventude, os movimentos se reinventam.

A resistência alimenta a esperança na história da humanidade, construindo condições objetivas para uma sociedade nascida do poder popular. Lutar, resistir e sonhar são verbos que se fazem presentes nos longos meses de pandemia. Bem como as ações dos movimentos e frentes de lutas que acreditam na classe trabalhadora!

Leonardo Koury Martins é assistente social, professor, conselheiro do CRESS-MG e militante da Frente Brasil Popular.

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Edição: Elis Almeida