SEM FOLIA

"Esperança para carnaval de rua em 2021 é mínima", diz representante dos blocos do RJ

Rita Fernandes, presidente da Sebastiana, explica que folia só pode acontecer após imunização da população contra covid

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
Carnaval Rio
Decisão sobre cancelamento do Carnaval de rua foi tomada por representantes de blocos, Riotur e entidades de saúde e segurança - Nelson Perez/Riotur

Um encontro entre representantes dos blocos de rua do Rio de Janeiro, da Empresa de Turismo do Município do Rio de Janeiro (Riotur) e de especialistas em saúde e segurança, na última terça-feira (27) teve como decisão o cancelamento do tradicional Carnaval pelas ruas da cidade.

:: Brasil mantém patamar superior a 150 mil novos casos da covid-19 por semana ::

Em entrevista ao Brasil de Fato, Rita Fernandes, presidente da Sebastiana (Associação Independente dos Blocos de Carnaval de Rua da Zona Sul, Santa Teresa e Centro da Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro) disse que não há esperanças para a folia em 2021. Confira a entrevista completa:

Brasil de Fato: Em que circunstância se poderá garantir o Carnaval de rua no Rio?

Rita Fernandes: Só será possível com a imunização da população, se houver condições de segurança. Isso pode se dar com a vacinação ou com uma estabilização da doença e da contaminação (imunidade de rebanho, quando um elevado percentual da população acaba adquirindo anticorpos a ponto do vírus não circular mais). Mas só quem pode dizer isso são os órgãos de saúde.

:: Siga em tempo real e com gráficos didáticos o avanço do novo coronavírus no mundo ::

Ainda há esperança de ocorrer o tradicional carnaval dos blocos?

A esperança é mínima, diante do que foi apresentado pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) e pela UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro). Segundo eles, até julho do ano que vem não há perspectiva dessa imunização da população contra a covid-19. 

Carnaval fora de época está nos planos dos blocos de rua do Rio?

Segundo semestre, para nós, se torna inviável

Segundo semestre, para nós, se torna inviável, impraticável. A partir de agosto, não faria nenhum sentido. Por isso, não está nos nossos planos. Podemos, sim, fazer festas, feijoadas, outro tipo de celebração. Mas não o carnaval tradicional, com os cortejos e tudo mais.

:: Dez capitais têm tendência de alta em casos de síndrome respiratória aguda grave ::

A decisão pela suspensão pode, eventualmente, ser revista?

Ela pode ser revista, sim, desde que os órgãos de saúde garantam que haverá segurança para fazer carnaval e que a gente pode, de novo, se aglomerar.

Para não perder a esperança e o espírito de folia, que mensagem você deixa para os amantes do carnaval de rua do Rio?

Acreditamos que tudo isso será passageiro, que teremos sim segurança em tempo não muito distante para voltar a fazer carnaval na rua.

Acreditamos que tudo isso será passageiro, que teremos sim segurança em tempo não muito distante para voltar a fazer carnaval na rua. O carnaval nunca deixou de existir, e mesmo diante desse cenário de pandemia, continua vivo nas músicas, fantasias, foliões. Precisamos ter criatividade para marcar essa data e lembrar que o carnaval é parte da nossa alma brasileira.

:: Com investimentos, SUS seria ferramenta para "envelhecimento ativo" no Brasil ::

Fonte: BdF Rio de Janeiro

Edição: Mariana Pitasse