Minas Gerais

MOBILIZAÇÃO

Greve de trabalhadores do transporte urbano chega ao fim em Uberlândia

Após 17 dias de paralisação, grevistas aceitaram acordo que garante o fim do parcelamento dos salários e pagamento

Belo Horizonte | Brasil de Fato MG |
Moradores de Uberlândia se aglomeram em ônibus lotados durante greve dos trabalhadores do transporte coletivo - Créditos: Reprodução/Serviço de Informações de Trânsito

Após 17 dias de paralisação, chegou ao fim, no domingo (28), a greve dos trabalhadores do transporte urbano de Uberlândia, no Triângulo Mineiro. As ações se iniciaram no início de março, após o parcelamento do salário, atraso de ticket alimentação e a morte de trabalhadores pela contaminação por coronavírus.

Os grevistas aceitaram o acordo proposto pelas empresas, em audiência de conciliação que aconteceu na última quinta (25). Essa reunião contou com representantes do Sindicato dos Trabalhadores no Transporte Coletivo Urbano de Passageiros de Uberlândia (SINTTRURB), do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Triângulo Mineiro (Sindett) e do Ministério Público do Trabalho.

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No dia seguinte da audiência, na sexta (26), o SINTTRURB organizou uma assembleia com os trabalhadores para votar a proposta apresentada pelas empresas. O retorno às atividades foi escolhido pela maioria presente, segundo o SINTTURB, por 397 votos a favor. Os 17 dias de paralisação, fizeram dessa greve a mais longa da história da categoria na cidade.

Segundo o sindicato dos trabalhadores, o acordo prevê o pagamento dos salários em dia, cestas básicas e ticket alimentação pagos no mês correto, além da contratação de motoristas com jornada reduzida de 24 horas semanais.

Em nota, a Prefeitura de Uberlândia anunciou, na semana passada, que havia entrado com uma ação civil pública na Justiça contra as empresas que oferecem o serviço de transporte coletivo municipal. A ação, segundo o texto, seria uma forma de pressionar as empresas que vinham se omitindo de resolver o problema. Além disso, a prefeitura cobra das empresas uma multa de R$ 38 milhões como indenização pelos danos morais causados pela greve.

Mesmo com o fim da greve, alguns trabalhadores do transporte público apontam que parte dos motoristas que foram demitidos no início da paralisação, não foi recontratada e que a morte de empregados por coronavírus continua recorrente. Além disso, nenhuma ação de sanitização e de fiscalização dos ônibus foram tratadas nas negociações.

No sábado (27), a Prefeitura de Uberlândia divulgou vídeo, em que o secretário de Trânsito e Transportes da cidade apresenta novas regras que passam a valer a partir desta semana. Entre as novas medidas, os ônibus devem obedecer ao limite da ocupação de poltronas disponíveis, não sendo permitido que passageiros viajem de pé. A prioridade nos ônibus deve ser de trabalhadores da área da saúde. O secretário também apontou que a Secretaria de Trânsito e Transportes (Settran) é responsável por fiscalizar o cumprimento das determinações.

Edição: Larissa Costa