Rio Grande do Sul

INFLAÇÃO

Cesta básica de Porto Alegre recua em março, mas alta em um ano passa de 25%

Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos do Dieese mostra a capital gaúcha com a terceira cesta mais cara do país

Brasil de Fato | Porto Alegre |
Cesta básica da Capital do RS ficou 1,4% mais barata em março, porém está 25% mais cara do que estava ano passado - Fernando Frazão/Agência Brasil

A cesta básica de Porto Alegre registrou queda de 1,47% em março de 2021, passando a custar R$ 623,37, conforme a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos desenvolvida mensalmente pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). A redução foi puxada pelos produtos "in natura",  em especial o tomate (que teve redução de cerca de 20%) e a batata (também apresentou redução de 20%).

Apesar da leve queda no índice geral dos preços, a cesta na capital gaúcha é a terceira mais cara do Brasil, atrás apenas de Florianópolis (R$ 632,75) e de São Paulo (R$ 626,00). Além disso, o valor acumulado da cesta em Porto Alegre no primeiro trimestre de 2021 apresenta uma alta de 1,25%. Ao mesmo tempo, em relação ao ano passado (ou seja, nos últimos 12 meses), o preço dos alimentos já acumula alta de mais de 25%.

Atualmente, o valor necessário para adquirir os produtos corresponde à mais de 60% do salário mínimo, havendo a necessidade de trabalhar aproximadamente 124 horas no mês para poder comprar a cesta básica.

O que subiu e o que caiu

Segundo o Diesse, em março, dos treze produtos que compõem o conjunto de gêneros alimentícios essenciais previstos, quatro ficaram mais baratos:

Tomate  (-20,16%)
Batata  (-20,00%)
Arroz  (-4,09%)
Banana  (-1,19%)

Em sentido oposto, nove itens subiram de preço: 

Farinha  de  trigo  (7,16%)
Feijão  (6,97%)
Leite  (2,31%)
Café (2,17%)
Óleo  de  soja  (2,04%)
Carne  bovina  (1,99%)
Manteiga  (1,13%)
Açúcar (0,66%)
Pão (0,61%)

Do início do ano até agora, oito produtos ficaram mais caros: a farinha de trigo (12,69%), o feijão (11,98%), o açúcar (9,39%), a carne (6,91%), a banana (5,04%), o café (4,99%), o pão (3,98%) e o arroz (0,37%). Os produtos que registraram queda foram a batata (-24,34%), o tomate (-18,84%), o leite (-5,06%), o óleo de soja (-3,94%) e a manteiga (-3,08%).

Desde os últimos 12 meses, ou seja, de março de 2020 até agora, 12 itens registraram aumento de preços, sendo as maiores altas verificadas no óleo de soja (98,74%), no arroz (79,40%) e no feijão (74,40%).

Variações nas capitais

Comparando os valores de março de 2020 e de março de 2021, o preço do conjunto de alimentos básicos teve aumento em todas as capitais pesquisadas. As cidades da região Sul acumularam as maiores taxas.

Em Porto Alegre, o acréscimo chegou a 25,2% e, em Curitiba, a 24%. Belém, no Norte do país, apresentou a terceira maior variação: 23,1%.

No primeiro trimestre de 2021, as capitais que acumularam as maiores altas foram: Curitiba (6,81%), Natal (4,09%), Aracaju (3,45%), Belém (2,97%) e Florianópolis (2,79%). A maior queda no mesmo período foi de -4%, em Campo Grande.

Salário necessário seria de R$ 5,3 mil

Com base na cesta mais cara que, em março, foi a de Florianópolis, o DIEESE estima que o salário mínimo necessário deveria ser equivalente a R$5.315,74, o que corresponde a 4,83 vezes o mínimo vigente.

O cálculo é feito levando em consideração uma família de quatro pessoas, com dois adultos e duas crianças. Em fevereiro, o valor do mínimo necessário deveria ter sido de R$ 5.375,05, ou 4,89 vezes o mínimo vigente.

O tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta, em março, ficou em 109 horas, menor do que em fevereiro, quando foi de 110 horas.


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Edição: Marcelo Ferreira