Costuma-se dizer que um dos grandes problemas dos times do futebol brasileiro é a falta de continuidade dos trabalhos de um ano para o outro, com trocas de quase todo elenco e comissão técnica, o que traz riscos, demora de adaptação e, em grande parte das vezes, pouco sucesso em campo.

O América também sempre era assim. Mas, em 2021, resolveu começar diferente: manteve quase toda a base titular da boa temporada passada, perdendo, por enquanto, apenas o zagueiro Messias. E ainda não trouxe nenhum jogador diferenciado, para ser titular logo de cara.

Porém, as coisas ainda não estão saindo como se esperava. Desde a conquista do acesso à Série A em janeiro, o time considerado titular não vem jogando bem, sem conseguir repetir as atuações consistentes e organizadas do ano passado. No Campeonato Mineiro, a mesma equipe, com duas ou três alterações, entrou em algumas oportunidades, inclusive no clássico contra o Atlético, mas o futebol apresentado não deu mostras de que é suficiente para fazer uma Série A decente. 

Destaques do ano passado, como João Paulo, Juninho, Zé Ricardo e Ademir caíram muito de produtividade. Outros, como Alê e Diego Ferreira, mantiveram o nível razoável de sempre. Estão se salvando o goleiro Matheus Cavichioli e o centroavante Rodolfo. O futebol coletivo, de marcação agressiva, avanço em bloco e capacidade de surpreender tem aparecido só de vez em quando. 

Talvez seja momento de Lisca aproveitar o Mineiro para fazer testes mais intensos nessa equipe base, dando mais oportunidades para os contratados, como Bruno Nazário, Ribamar e Juninho Valoura, e para os garotos da base que já mostraram potencial, especialmente Gustavinho e Carlos Alberto. 

E, para a diretoria, é fundamental ir atrás de reforços qualificados, sobretudo para as laterais e para o ataque. À torcida, cabe ter paciência e dar mais votos de confiança ao técnico Lisca e a esse time que nos deu tantas alegrias em 2020.

Edição: Wallace Oliveira