PROTESTOS POPULARES

Nova marcha nacional na Colômbia é agendada após fracasso nas negociações

Líderes do movimento reclamam da intransigência do governo de Iván Duque e violência repressiva contra manifestantes

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Manifestantes também programam uma grande assembleia nacional para quinta-feira, em Cali, reunindo todas as correntes que participam da mobilizaçã - Juan Barreto/AFP

Os líderes da greve na Colômbia iniciada no final de abril anunciaram que farão uma grande marcha nacional nesta quarta-feira (12). A decisão saiu após a falta de resultados em reunião de três horas entre o comitê nacional da paralisação e o presidente Iván Duque, com a participação de representantes da Organização das Nações Unidas (ONU) e da Igreja Católica.

Na segunda-feira (12), foram confirmadas as mortes de Lucas Villa Vásquez, de 37 anos, e Daniel Alejandro Zapata, de apenas 20. Ambos foram vítimas da violência comandada por Duque contra as mobilizações populares no país.

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Integrantes do comitê argumentam, segundo o site Telesur, que está difícil manter diálogo, pois o governo colombiano segue afirmando que vive uma “situação de guerra”, sem reconhecer que os protestos têm cunho social. A violência repressiva também foi pauta na reunião.

Segundo Francisco Maltés, presidente da Central Unitaria de Trabajadores (CUT), Iván Duque “não mostrou empatia com as vítimas da violência desproporcional contra os manifestantes, que agem pacificamente”.

Jennifer Pedraza, líder da Asociación Colombiana de Representantes Estudiantiles, acrescentou que uma das garantias básicas reivindicada é que se respeite o direito de protesto pacífico.

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Além da marcha desta quarta-feira, o comitê central da greve na Colômbia anunciou uma assembleia popular e um encontro nacional em Cali, epicentro dos protestos, na quinta-feira (13) reunindo todas as correntes que participam da mobilização.

Violência e mortes

As mortes de Lucas Villa Vásquez e Daniel Alejandro Zapata foram confirmadas após dias de hospitalização. Villa Vásquez, um estudante de educação física da Universidade Tecnológica de Pereira, sofreu oito disparos durante uma manifestação no dia 5 de maio, na cidade de Pereira, capital do estado Risaralda. Não se sabe se o atirador foi um policial ou de algum grupo armado irregular.

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Já Alejandro Zapata sofreu ferimentos na cabeça causados por um artefato lançado pelo Escuadrón Móvil Antidisturbios (ESMAD) em uma marcha na estação Banderas del Transmilenio, em Cali.