Minas Gerais

ATLÉTICO

PAPO ESPORTIVO | Faltou cheiro de gol e gana para vitória

América e Atlético foram times burocráticos, mais preocupados em adiar a decisão final

Belo Horizonte |
Cuca medrou e escalou uma equipe mais defensiva. - Pedro Souza / Atlético Mineiro

A primeira partida das finais do Estadual nos trouxe a importância de algo essencial para a humanidade e a natureza: a água. Os mais de 100 minutos foram inodoros, insípidos e incolores. Os dois times deixaram claro: não temos qualquer compromisso com isso. Foram a campo por nada. Lisca, pela ordem do mando de campo, e Hulk perderam a cor. O primeiro ficou aquém da vermelhidão habitual e o artilheiro manteve-se a anos-luz de se tornar verde e matador. Faltaram o cheiro de gol e a gana pela vitória.

O Atlético, quem sabe, sentiu as dores da disputa em Barranquilla, onde esteve exposto mais às indisposições dos colombianos com o governo local do que às estocadas do adversário e dos torcedores adversários, e é que existiam. E, também, à determinação, irresponsável ou imposta pela Conmebol, de decidir tudo naquele momento, a qualquer custo. No gramado, o sofrimento alvinegro se resumiu mesmo ao gás lacrimogêneo. E isso se refletiu em Belo Horizonte. 

Cuca medrou e escalou uma equipe mais defensiva. O comandante americano pouco ousou, até que Ademir entrou e incendiou o confronto numa arrancada. Pra quê? Pra nada. Times burocráticos, mais preocupados em adiar a decisão final. Com outros desafios vindouros, como acontece com o Galo, contra o Cerro Porteño, pela Libertadores, no Paraguai, mais preocupado com a garantia do primeiro lugar no Grupo H. 

O sucesso parcial na temporada passada cobra seu preço. Para o Alvinegro, a sobrecarga e a obrigação de comprovar que está no caminho da conquista de títulos e a realização de sonhos. Para o Coelho, novamente, a responsabilidade de assegurar a estabilidade nas conjunturas sempre traiçoeiras do futebol brasileiro para equipes sem tradição nacional.
 

Edição: Wallace Oliveira