Paraná

Genocídio

Coluna | Juventude quer viver

A desigualdade extrema e por vezes invisível, assola e estabelece um alvo nas costas da juventude periférica

Curitiba (PR) |
Coluna da edição 211 do Brasil de Fato Paraná - Arte: Vanda Moraes

Cento e dezessete fuzis foram encontrados no Condomínio Vivendas da Barra, nenhuma vítima. Seis fuzis foram apreendidos na operação de Jacarezinho, 28 vítimas.

Qual a diferença? O CEP? A cor da pele? O envolvimento com grupos milicianos?

O tráfico de drogas é, muitas vezes, a única oportunidade de renda para jovens periféricos, sem perspectiva de formação educacional e de emprego formal. A desigualdade extrema e por vezes invisível, assola e estabelece um alvo nas costas da juventude periférica.

No Brasil uma questão de saúde pública, como é o caso das drogas, é tratada sob uma ótica criminal e, assim, a cada 23 minutos um jovem negro é morto no Brasil sob esta justificativa.

Nossa indignação é com a exaltação do governo brasileiro ao parabenizar uma chacina, com a desumanidade das forças policiais, com o descaso com a vida e com o futuro do país.

Nossa juventude quer viver: para cada jovem morto, uma mãe destruída. Para cada policial que "mira na cabecinha" uma criança morta com bala perdida.

O Levante Popular da Juventude tem participado de manifestações no Rio de Janeiro, bem como no Brasil todo, denunciando a repressão às lutas populares e continuaremos lutando, até que a vida seja o princípio de tudo.

*Ana Keil e Fernan Silva são militantes do Levante Popular da Juventude e pesquisadores na área de arte e linguagem 

Edição: Lia Bianchini