Minas Gerais

Coluna

Tamu junto e mixado!

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"Foi o talento que o salvou. Muita gente boa bebeu de Little Richard" - Créditos da foto: Reprodução
Negros e brancos começaram a sair dos lugares estabelecidos e curtirem o show juntos

Little Richard foi criado em uma igreja batista no estado da Geórgia, Estados Unidos.

Com uma voz aguda e bem definida, agradava no culto e em shows gospel. 

Era um tanto quanto rebelde e foi expulso de casa pelo seu pai, uma espécie de diácono da igreja e muito rígido na criação de 12 filhos.

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Negro e bissexual, sua vida nunca foi fácil. Expulso de casa, teve que se virar para sobreviver, vencer a pobreza, o racismo e o preconceito contra sua orientação sexual.

Sua sorte começou a mudar quando foi convidado pela gravadora Specialt. De início, o produtor Robert Blacwell não viu talento nenhum em Little Richard, mas a relação mudou quando o produtor conheceu a música Tutti Frutti. Foi um sucesso arrasador e ficou conhecido em todo os Estados Unidos. Virou uma celebridade aclamada de público e crítica.

Numa época em que a segregação racial nos Estados Unidos estava no auge, em que as leis de vários estados proibiam a presença de brancos e negros em casas de shows, conseguiu a proeza de atrair brancos e negros para seus espetáculos, iniciando o fenômeno tudo junto e mixado! Negros e brancos começaram a sair dos lugares estabelecidos e curtirem o show juntos.

Little Richard saiu e voltou, saiu, voltou para a igreja. Dessa vez foi ser adventista. Gravou músicas gospel, teve um casamento curto e adotou uma criança. Seu único filho. 

Foi um revolucionário que fundou as bases de um novo gênero musical e sua vida foi atribulada. O racismo e a homofobia marcaram sua trajetória.

Foi o talento que o salvou. Muita gente boa bebeu de Little Richard. 

Obrigado, BIG Richard!

Rubinho Giaquinto é covereador da Coletiva em Belo Horizonte

Edição: Elis Almeida