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Ecofeminismo já e fora Bolsonaro

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Principais responsáveis pelo cuidado da casa e a maioria das pessoas que trabalham nos serviços domésticos e de limpeza, as mulheres negras são as mais prejudicadas. - Giorgia Prates
A cidade, que já foi vendida como a capital ecológica do Brasil, hoje enfrenta a maior crise hídrica

A ação exploratória do ser humano na natureza, regida pelo patriarcado capitalista, tem provocado consequências graves no meio ambiente. Por uma combinação de vários fatores, as mulheres são mais afetadas por essa destruição.

De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), as mulheres representam 80% do total das pessoas que são obrigadas a deixar seus lares como consequência das mudanças climáticas.

A ausência de um planejamento urbano sustentável, a paralisação da reforma agrária, a especulação imobiliária, o aumento da emissão de gases tóxicos, a falta de investimento em novas formas de transporte público e o impedimento de direitos e oportunidades às mulheres são exemplos das ações desse sistema que promove destruição e desigualdades.

A chegada do bolsonarismo ao poder tem acelerado esse cenário de devastação no Brasil. Além de ser contrário à promoção de direitos das mulheres, o governo tem flexibilizado leis ambientais para atender interesses privados, atrapalhado a fiscalização e facilitado a atuação de criminosos que estão destruindo a Amazônia.

Em Curitiba, a situação não é diferente. A cidade, que já foi vendida como a capital ecológica do Brasil, hoje enfrenta a maior crise hídrica da história. O racionamento de água já dura mais de um ano. Principais responsáveis pelo cuidado da casa e a maioria das pessoas que trabalham nos serviços domésticos e de limpeza, as mulheres negras são as mais prejudicadas.

Diante de tudo isso, a perspectiva do ecofeminismo é urgente. Substituir a dominação e a exploração desenfreada pelo equilíbrio e a cooperação. Precisamos adotar novas formas do ser humano se relacionar com a natureza, compreender que defender o meio ambiente é proteger a vida das mulheres e que lutar contra esse sistema de degradação é garantia de melhores condições de vida para todas e todos.

Edição: Pedro Carrano