Rio Grande do Sul

MOBILIZAÇÃO

Lideranças de municípios gaúchos protestam contra proposta de instalação de 22 pedágios no RS

Eduardo Leite planeja conceder rodovias à iniciativa privada; audiências públicas debatem a proposta nesta semana

Brasil de Fato | Porto Alegre |
Lideranças de diversos municípios do RS cobram mais debate do modelo de concessão de rodovias apresentado pelo governo Leite - Foto: Twitter/Edegar Pretto

Um ato simbólico contra a proposta de implantar 22 pedágios em rodovias gaúchas foi realizado na manhã desta segunda-feira (16), em frente ao Palácio Piratini, em Porto Alegre. Representações de diversas cidades da Região Metropolitana e da Serra se reuniram para alertar a população quanto aos prejuízos caso se concretize o plano de concessões de rodovias do governador Eduardo Leite (PSDB). Nesta semana, a Assembleia Legislativa promove audiências públicas virtuais para debater o tema.

O plano do governo é conceder 1.131 quilômetros de 20 rodovias estaduais à iniciativa privada, pelo prazo de 30 anos. Os editais tem previsão de lançamento para o final de setembro. Após, vem a extinção da Empresa Gaúcha de Rodovias (ERG), responsável por parte das rodovias.

Nesta segunda-feira, bem como na quarta (18) e na quinta-feira (19), às 18h30, serão realizadas audiências públicas virtuais da Assembleia Legislativa do RS, com a participação do governo para ouvir a população. Propostas pelas Comissões de Segurança e Serviços Públicos e Assuntos Municipais, serão transmitidas pela TV Assembleia e pelas redes sociais.

Alto preço das tarifas

Lideranças políticas e de diversos setores econômicos pedem mais tempo para discutir o programa de concessão. Uma das principais preocupações é o alto preço das tarifas. Isso porque o projeto impõe um limitador, ou seja, a empresa que vencer a licitação não pode conceder um desconto maior que 25% para os usuários das rodovias, o que impede a população de ter uma tarifa mais baixa.

Em vídeo com lideranças políticas durante o ato de hoje, o deputado Edegar Pretto (PT) criticou o modelo, que por 30 anos vai trazer “tarifas caríssimas de pedágio nas estradas”. Para ele, em momentos como o da apresentação deste projeto se vê que as “diferenças do governo do estado e federal vão quase que diminuindo e terminando”.

A vereadora de São Leopoldo, Ana Affonso, exemplificou com a RS-118, rodovia que liga diversas cidades da Região Metropolitana, recém duplicada, após 20 anos de obras. “Uma rodovia feita com recurso público, metropolitana e provavelmente pedagiada por esse governo”, protestou.

Ex-vereador de Viamão, Adão Pretto trouxe argumentos econômicos. “Qual é o empreendedor que vai querer investir no nosso estado com esse modelo de pedagiamento que está cercando, vai cercar o nosso estado?”, questionou.

A deputada estadual Sofia Cavedon (PT) afirmou que a imposição de 22 praças de pedágio no Rio Grande do Sul “é um sobre confisco que Eduardo Leite faz pra maquiar as finanças no final do seu governo”. Segundo ela, as contrapartidas e

Conforme o governo estadual, serão investidos R$ 10,6 bilhões em 30 anos de concessão, sendo R$ 3,9 bilhões nos cinco primeiros anos, com a implementação de 687 quilômetros de duplicações e terceiras faixas. O bloco 1, que compreende rodovias das regiões Metropolitana e Litoral, além de Gramado e Canela, terá investimentos de R$ 3,9 bilhões durante a concessão. O bloco 2, que reúne estradas do Vale do Taquari, Passo Fundo e Erechim, receberá R$ 3,8 bilhões no período. E o bloco 3, rodovias da região da Serra, terá investimentos de R$ 2,9 bilhões na concessão.

* Com informações da assessoria de imprensa do deputado Edegar Pretto


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Edição: Marcelo Ferreira