Minas Gerais

ROLÊ EM CASA

15º CineBH apresenta filmes sobre “cinema e vigilância”

A programação é gratuita e tem exibições online de 28 de agosto a 3 de outubro

Belo Horizonte (MG) |
Filme “Nunca é noite no mapa”, do brasileiro Ernesto de Carvalho, será exibido na mostra - Reprodução

A Mostra Internacional de Cinema de Belo Horizonte, Cine BH, inicia sua 15ª edição no próximo sábado (28). Com programação online e gratuita, filmes, debates, rodas de conversa e pré-estreias serão exibidas até o dia 3 de outubro no site.

Filmes, debates, rodas de conversa e pré-estreias serão exibidas até o dia 03 de outubro

A Cine BH possui edições anuais e tem por objetivo, dentre outros, “promover o diálogo entre as culturas, aproximar povos e continentes, fazer a conexão do cinema brasileiro com o mercado audiovisual, construir pontes nas escolas, comunidades, redes sociais e com a cidade de Belo Horizonte e Minas Gerais”.

Cinema e vigilância

A temática central da edição é “Cinema e Vigilância” e os filmes e atividades da mostra remetem à história do audiovisual. Segundo os organizadores, desde a invenção da tecnologia de captação e reprodução da imagem em movimento, no final do século 19, os conceitos de “cinema” e “vigilância” caminham lado a lado, ajustando-se a cada novo tempo e avanço técnico.

A partir do 11 de Setembro de 2001, quando aconteceram os ataques ao World Trade Center e ao Pentágono, nos EUA, vídeos e vigilância teriam ficado ainda mais próximos.

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Após o ocorrido, “ governos de várias partes dos países ocidentais passaram a implantar políticas rigorosas de vigilância individual, oferecendo supostamente mais segurança em troca de menos privacidade”.

Essa atualização se deu porque, segundo Francis Vogner, curador da 15ª edição da Cine BH, “a utilização de dispositivos tecnológicos altamente sofisticados marca a estética e a narrativa de muitos filmes realizados sob o impacto do 11 de Setembro, refletindo os efeitos nocivos ou excludentes desses sistemas de vigilância e apropriando-se das próprias imagens geradas por essas tecnologias para transmitir efeitos críticos ao espectador”.

Pandemia e vigilância

Os organizadores da mostra afirmam que, possivelmente, a pandemia trouxe um novo boom do chamado “capitalismo de vigilância”, uma vez que se intensificou a utilização de dispositivos virtuais.

“A pandemia abriu novos precedentes em relação à coleta e acúmulo de informações, como dados de rastreamento compartilhados por companhias telefônicas com governos, ou drones identificando e repreendendo pessoas que desrespeitaram a quarentena”, comenta o curador Marcelo Miranda.

“Isso, ao fim, é produção de um novo tipo de imagem, tanto na sua natureza quando na sua utilização. E até pela inquietude natural de artistas que usam a imagem como meio de expressão, elas chamam atenção para novas formas de realização cinematográfica”.

Confira a seleção de filmes:

“Bottled Songs 1-4” (Alemanha/ França, Chloé Galibert-Laîné e Kevin B. Lee)

“Can the Sun Lie?” (Reino Unido, Susan Schuppli)

“Cena do Crime” (Brasil, Pedro Tavares)

“Il n’y aura plus de nuit” (França, Éléonore Weber)

“Nunca é Noite no Mapa” (Brasil, Ernesto de Carvalho)

“Transformers: the Premake” (EUA, Kevin B. Lee)

"Un Pays qui se tient Sage” (França, David Dufresne)

Mais detalhes no site do CineBH.

 

 

Edição: Rafaella Dotta