Rio Grande do Sul

Desmonte

Artigo | Nosso plano de saúde está ameaçado!

Ações de Eduardo Leite visam acabar com o IPE e demonstram desrespeito para com os(as) servidores(as)

Brasil de Fato | Porto Alegre |
"Recente iniciativa do governo acabou por fechar todos os escritórios do Instituto no interior do estado, deixando milhares de segurados(as) sem ter onde buscar atendimento" - Carolina Greiwe/Ascom IPE Saúde

Os problemas em relação ao plano de saúde (IPE) são muitos, por certo, não são de hoje, mas estão bastante agravados na atual gestão. Entre os principais estão a deficiência no atendimento aos(às) usuários(as), especialmente do interior do Rio Grande do Sul, o descredenciamento de médicos e a carência de prestação de serviços hospitalares.

Também podemos apontar a cobrança irregular de consultas por parte de médicos, os atrasos nos repasses pelos poderes e municípios e, principalmente, o descaso do governo do estado. Esta, sem dúvida, é a origem de todos os problemas pelos quais passam os(as) usuários(as) do IPE Saúde.

As denúncias de várias categorias demonstram que a situação é mesmo preocupante. Recente iniciativa do governo acabou por fechar todos os escritórios do Instituto no interior do estado, deixando milhares de segurados(as) sem ter onde buscar atendimento.

Os representantes do governo dizem que o déficit está na casa dos R$ 40 milhões mensais e admitem que os credenciados recebem seus pagamentos com atrasos superiores a 100 dias! Falam também em “redução de despesas” e até mesmo em reajuste das contribuições.

É importante salientar que as dificuldades financeiras, certamente, se devem ao fato de que o governo congelou os salários dos(as) participantes, que, há sete anos não recebem nenhum reajuste. Isto acaba por afetar as contas do IPE.


As denúncias de várias categorias demonstram que a situação é mesmo preocupante / Divulgação

Mas também estas dificuldades decorrem, principalmente, da fuga dos altos salários (que, aliás, foram acrescidos com um autoconcedido “auxílio saúde” de mais de R$ 2 mil por mês) e da péssima gestão, na qual se verificam atrasos nos repasses.

No rol das denúncias está a escandalosa transferência dos imóveis do IPE Saúde, avaliados em mais de R$ 300 milhões, para o governo do estado, sem nenhum ressarcimento ao plano. O Ministério Público, inclusive, se manifestou para que a Justiça suspenda o processo de venda dos imóveis promovido pelo estado; a permanência dos bens sob o controle do IPE-Saúde; ou o pagamento de uma indenização ao IPE Saúde pelo confisco dos imóveis de sua propriedade.

Todas as ações de Leite demonstram o profundo desrespeito do governador para com os(as) servidores(as) e apontam que o objetivo do governo seja acabar com o plano ou privatizá-lo. Para que isto não ocorra, precisamos da unidade dos(as) servidores(as) e de muita luta para derrotar Leite e sua política privatista.

* Neida Oliveira é professora e conselheira do CPERS-Sindicato

** Este é um artigo de opinião. A visão do autora não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasil de Fato.

Edição: Marcelo Ferreira