Rio Grande do Sul

Opinião

Artigo | Meditação, uma ferramenta para acalmar o caos interno

"Me encantou descobrir como o tempo é relativo quando medito e minha mente passou a ter muito mais clareza e foco"

Porto Alegre | BdF RS |
"Aos poucos a gente vai descobrindo momentos de estado meditativo ao longo do dia, sem necessariamente estar praticando uma técnica de meditação" - Foto: Joana Schneider

Há mais de 30 anos a meditação faz milagres na minha vida. Quando eu entrei em contato com a meditação, aos 20 anos, a vida estava sem graça. Estava no último ano da faculdade, já trabalhando e ganhando minha grana, namorando o cara que ia ser pai dos meus filhos, com o  futuro “dourado” todo planejado e em execução… e me sentia vazia. Minha vida parecia ser um sucesso em todas as áreas e eu só me perguntava “então é isso?”. Como na música do Raul Seixas, “eu devia estar feliz por ter conquistado tudo que eu quis mas confesso abestalhado que eu estou decepcionado…”, eu não podia acreditar que a vida era só isso. E se fosse, que tédio! E essa divina inquietação me levou a explorar caminhos inusitados para mim até então. E a meditação foi um deles.

Primeira experiência foi com as Meditações Ativas do Osho. Fiquei muito impressionada, pois antes delas me levarem ao relaxamento e conexão com o silêncio potente dentro de mim, elas me reviravam do avesso, mexendo com meu corpo, meus sentimentos, toda minha energia! Era meio que me chacoalhar pra fora de uma pele que até então eu acreditava ser a minha para ficar ali, com minha alma peladona e muito viva.

Então a meditação chegou pra mim como um caminho de revelar a realidade. E o jeito de fazer isso era descascando tudo que não é real. Mais fácil de falar do que fazer, pois nossos jeitos artificiais de lidar com a vida vão grudando na gente, virando uma espécie de segunda pele, por isso mesmo há que descascá-la.

Logo em seguida também entrei em contato com as técnicas passivas, o Zazen e a Vipassana. Também me encantou. De uma outra forma, elas também convidam a gente a abrir mão, também “descascam”. Ao sentar em silêncio muitos barulhos internos surgem, do corpo, dos pensamentos, das emoções… e esses barulhos são muito sedutores (até os desagradáveis) e é fácil se perder neles. Ficar observando esse carrossel caótico de distrações sem ser abduzida por ele é um grande desafio, e uma bênção. Me encantou descobrir como o tempo era relativo quando eu estava meditando, como minha mente conseguia ter muito mais clareza e foco e como eu já não me tornava refém das minhas emoções tão facilmente.

E pronto, a meditação virou uma ferramenta indispensável nos meus dias.

Aos poucos a gente vai descobrindo momentos de estado meditativo ao longo do dia, sem necessariamente estar praticando uma técnica de meditação. Aquela capacidade de silenciar a tagarelice mental ou emocional pra poder ver e ouvir a vida tal qual ela se apresenta no momento. Esses momentos são preciosos e as pessoas que eu conheço que conseguem viver uma grande parte do seu tempo neste estado são meus heróis e heroínas! Acho realmente revolucionário viver a partir de uma consciência e conexão com a realidade ao invés de… bem, o que a gente vê nas notícias e nas redes sociais…

Então essa é a minha visão sobre a meditação e aprendi algumas coisas nestes 30 anos que talvez te sirvam. Deixo aqui várias possibilidades de meditações pra você fazer em casa sozinha, sozinho e também posso te ajudar individualmente, se você quiser uma mãozinha, me chama.

Meditações Ativas do Osho – aqui você encontra uma explicação geral sobre as Meditações Ativas e um link com a explicação de cada técnica. Os áudios das técnicas estão disponíveis no Spotify (quase todas).

Meditações guiadas – são meditações curtinhas pra te ajudar a começar:

Observando a respiração – essa meditação de dez minutos é legal pra quem tá começando e quer aprender a focar na respiração. Também funciona como ferramenta para relaxar.

* Mãe de duas pessoas lindas, há 30 anos trabalhando com pessoas no campo das terapias e meditação.

** Este é um artigo de opinião. A visão da autora não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasil de Fato.

Edição: Katia Marko