Minas Gerais

POLÍTICA DA PETROBRÁ

Após 24 horas de paralisação, transportadores de combustíveis de MG suspendem greve

Categoria questiona alta nos preços do óleo diesel, da gasolina e do etanol

Belo Horizonte (MG) | Brasil de Fato MG |
Paralisação da categoria começou na quinta (21) - SindTanque/Divulgação

Tanqueiros, caminhoneiros e outros responsáveis pelo transporte de combustíveis de Minas Gerais realizaram uma paralisação desde quinta-feira (21). Na tarde desta sexta-feira (22), a categoria anunciou a suspensão da greve, após acordo com revendedores. Houve protestos em mais cinco estados. 

Entre os motivos da manifestação, que causou filas de carros e desabastecimento em postos de Belo Horizonte, estão os altos preços da gasolina, do diesel e a crítica ao valor do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).

Os seguidos reajustes nos preços dos combustíveis são consequência da equivocada política de Preço de Paridade de Importação (PPI), adotada pela gestão da Petrobrás

Em nota, a Federação Única dos Petroleiros (FUP) e seus sindicatos afirmam que a mobilização é justa e legítima, mas ressaltam que a alta dos preços não está relacionada ao ICMS, mas à política de preços adotada pela Petrobrás desde 2016, chamada de Preço de Paridade Internacional (PPI). 

"O debate precisa ser feito de uma forma mais ampla, pensando em todo o sistema tributário. Independente do peso do imposto estadual no combustível, ele é estável. Ele não é o vilão do aumento dos preços. A questão central é o PPI e a política da Petrobrás", afirma Alexandre Finamori, Sindicato dos Petroleiros de Minas Gerais (Sindipetro/MG).

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A política adotada pela estatal e mantida pelo governo Bolsonaro atrela o valor cobrado nas refinarias ao preço internacional do barril de petróleo e à cotação do dólar, mesmo o Brasil sendo autossuficiente em petróleo com grande parte custos em moeda brasileira.

"A atual política de preços foi uma decisão do governo Temer, mantida por Bolsonaro. Sua revogação também pode ser uma decisão do Executivo", destaca Alexandre.

A alta dos preços 

De acordo com a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o preço médio do botijão de 13 quilos no Brasil chegou a R$ 100,44 neste mês, enquanto a gasolina já aumentou cerca de 57,3% ao longo de 2021.

O governo federal atribui o aumento à cobrança ICMS, imposto estadual que contribui para o financiamento de políticas de segurança, saúde e educação nos estados e municípios.

Entenda mais sobre o assunto

O Brasil de Fato MG, em parceria com Sindipetro-MG, preparou uma série de reportagens para explicar em detalhes como o PPI impacta nos preços dos combustíveis, além de abortar impactos da privatização da Petrobrás. 

Confira:

 

Edição: Larissa Costa