Rio Grande do Sul

INFLAÇÃO

Cesta básica de Porto Alegre sobe 2,78% em outubro e é a 3ª mais cara do país 

Pesquisa do Dieese estima que o salário mínimo necessário deveria ser 5,35 vezes o piso nacional vigente

Brasil de Fato | Porto Alegre |
Dos 13 produtos que compõem o conjunto de gêneros alimentícios essenciais previstos, sete ficaram mais caros: a batata, o tomate, o café , o açúcar e o pão
Dos 13 produtos que compõem o conjunto de gêneros alimentícios essenciais previstos, sete ficaram mais caros: a batata, o tomate, o café , o açúcar e o pão - Foto: Reprodução

A carestia do preço dos alimentos a cada mês se aprofunda ainda mais. Conforme levantamento mensal do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o preço da cesta básica em Porto Alegre teve um aumento de 2,78% em outubro, fechando em R$ 691,08. A alta acumulada nos últimos 12 meses é de 18,87%. 

Desde maio até agosto deste ano, Porto Alegre foi a capital com o valor mais alto da cesta básica no país. Em setembro, registrou a segunda mais alta, ficando atrás de São Paulo. Agora em outubro, a capital gaúcha está atrás de Florianópolis (R$ 700,69), seguida de São Paulo (R$ 693,79). Por sua vez as capitais Aracaju, Recife e Salvador registraram o menor custo da cesta básica entre as 17 capitais analisadas pelo estudo do Dieese, com R$ 464,17, R$ 485,26 e 487,59 respectivamente.

Das 17 capitais, 16 registraram aumento dos preços em outubro. Ao comparar outubro de 2020 e outubro de 2021, o preço do conjunto de alimentos básicos subiu em todas as capitais que fazem parte do levantamento. 


Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos / Fonte: Dieese

Bata, tomate, café, açúcar e pão estão entre os mais caros 

Na capital gaúcha, dos 13 produtos que compõem o conjunto de gêneros alimentícios essenciais previstos, sete ficaram mais caros no mês de outubro: a batata (22,68%), o tomate (16,49%), o café (4,18%), o açúcar (3,84%), o pão (2,29%), o óleo de soja (1,33%) e o arroz (1,10%). Em sentido contrário, seis itens registraram redução de preço: o leite (-4,91%), a farinha de trigo (-2,15%), o feijão (-1,33%) a manteiga (-0,23%), a banana (-0,13%) e a carne (-0,09%).

De janeiro a outubro de 2021, dez produtos ficaram mais caros: o tomate (61,16%), o açúcar (56,32%), o café (37,70%), a farinha de trigo (17,20%), a carne (16,70%), o pão (12,15%), o feijão (7,29%), a manteiga (7,23%), o leite (3,49%) e óleo de soja (0,30%). Por outro lado, três itens estão mais baratos: a banana (-25,52%), o arroz (-14,31%) e a batata (-5,25%).

Em doze meses, 11 itens da cesta registraram aumento de preços em Porto Alegre, sendo as maiores altas verificadas no açúcar (65,90%), no café (38,32%), na carne (33,16%) na batata (30,68%) e no tomate (22,95%). Por outro lado, a banana (-18,12%) e o arroz (-11,18%) ficaram mais baratos. 

Salário mínimo deveria ser 5,35 vezes maior

Com base na cesta mais cara que, em outubro, foi a de Florianópolis, o Dieese estima que o salário mínimo necessário deveria ser equivalente a R$ 5.886,50, o que corresponde a 5,35 vezes o piso nacional vigente, de R$ 1.100,00. O cálculo é feito levando em consideração uma família de quatro pessoas, com dois adultos e duas crianças.

Já em setembro, o valor do mínimo necessário deveria ter sido de R$ 5.657,66, ou 5,14 vezes o piso em vigor. O tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta, em outubro, ficou em 118 horas e 45 minutos (média entre as 17 capitais), maior do que em setembro, quando foi de 115 horas e 2 minutos. 

De acordo com o Diesse, quando se compara o custo da cesta com o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto referente à Previdência Social (7,5%), verifica-se que o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu, em outubro, 58,35% (média entre as 17 capitais) do salário mínimo líquido para comprar os alimentos básicos para uma pessoa adulta. Em setembro, o percentual foi de 56,53%.


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Edição: Marcelo Ferreira