Rio Grande do Sul

MANIFESTAÇÃO

Moradores do Belém Novo, em Porto Alegre, se unem para manter acesso à prainha de Copacabana

Protesto neste domingo cobrou diálogo por parte da prefeitura e criticou falta de estudos ambientais da obra em curso

Brasil de Fato | Porto Alegre |
Manifestação reuniu moradores e apoiadores em pequena praia às margens do Guaíba neste domingo (7) - Luiz Abreu

Moradores do Extremo Sul de Porto Alegre realizaram um ato, neste domingo (7), na prainha de Copacabana, bairro Belém Novo, para chamar a atenção sobre os impactos de uma obra da prefeitura no local que vai privá-los do acesso ao rio. Os manifestantes criticam que a decisão de fechar a única faixa de areia usada para banho pela população e por pescadores, com o objetivo de construir um novo Sistema de Abastecimento de Água (SAA), foi tomada pelo Executivo sem diálogo com a comunidade.

A referida obra já está em fase inicial, com a construção da Adutora de Captação Subaquática de Água Bruta. Segundo a prefeitura de Porto Alegre, o SAA Ponta do Arado vai trazer melhorias no abastecimento de água para 250 mil pessoas do Extremo Sul e Lomba do Pinheiro.

O coletivo Preserva Belém Novo afirma que o órgão da prefeitura responsável pela obra, o Departamento Municipal de Água e Esgotos (DMAE), não realizou estudos nem relatórios de impactos ambientais. Pelo contrário, foram usados estudos para o projeto de condomínio privado na Fazenda do Arado, que já foram considerados falsos pela Polícia Civil, conforme o coletivo explicou em reportagem do Sul 21.

População luta para não perder espaço


Moradores defendem manutenção da faixa de areia usada por banhistas e pescadores da região / Foto: Luiz Abreu

Morador do Belém Novo, Uilbor Xavier afirma que ninguém é contra a obra em si, pois as pessoas do entorno sofrem com carência de água. O problema é o descaso com a pequena comunidade que vive na região, além das falhas nos estudos de impacto ambiental.

“A comunidade está se sentindo desrespeitada como sempre, pelo descaso não só do DMAE como do pode público, pela falta de informação antecipada, ainda mais agora que a obra começou. Eles estão tentando negociar nos termos deles uma aceitação da comunidade, mas não a comunidade não está cega sobre isso e se uniu, pedindo explicação, e não vai aceitar assim essa imposição”, afirma.

Segundo a advogada e integrante do coletivo Preserva Belém Novo, Michele Rihan Rodrigues, o protesto neste domingo “foi importante para demonstrar que a população não cogita perder aquele espaço público”. Participaram do ato famílias da região e de outros bairros da Zona Sul da Capital, indígenas, artistas, representações de entidades ambientalistas, vereadores e coletivos e movimentos de toda a cidade.

“Estamos articulando, entre os diversos movimentos que tem no bairro, para nos inserir e encaminhar pedidos à prefeitura com relação aos esclarecimentos necessários e com relação a alternativas que a prefeitura tem para não ocupar essa praia”, explica.

Estiveram presentes também o ex-vereador Alex Fraga (PSOL), vereadores da atual gestão Matheus Gomes e Karen Santos (PSOL), o vereador suplente Giovani Culau (PCdoB) e a deputada estadual Sofia Cavedon (PT). Segundo Michele, os parlamentares já estão cobrando o Executivo, através de seus gabinetes, para que dê respostas e a população não fique sem essa praia.


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Edição: Marcelo Ferreira