Rio de Janeiro

MEMÓRIA

Deputados do RJ criam Prêmio Marielle Franco para iniciativas em direitos humanos

Vereadora foi assassinada em março de 2016 e investigação ainda não apontou motivos e mandante do crime

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
Data para a premiação deverá ser no mês de dezembro, por ser o mês em que é celebrado no dia 10, o Dia Internacional dos Direitos Humanos
Data para a premiação deverá ser no mês de dezembro, por ser o mês em que é celebrado no dia 10, o Dia Internacional dos Direitos Humanos - Gui Frodu

Deputados estaduais criaram, na última quarta-feira (1º), em discussão única na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) o Prêmio Marielle Franco. O objetivo é conceder a premiação a personalidades que tenham desenvolvido ou estejam implementando ações de promoção, valorização ou defesa dos direitos humanos.

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O texto é de autoria original da deputada Zeidan (PT)  e do ex-deputado estadual Marcelo Freixo (PSB), que trabalhou com Marielle em mandatos eletivos pelo Psol. A medida será promulgada pelo presidente da Alerj, deputado André Ceciliano (PT) e publicada no Diário Oficial dos Legislativo nos próximos dias.

O prêmio será concedido com destaque a ações e projetos voltados para a população negra, das mulheres e da população LGBTQIA+ (lésbicas, gays, bissexuais, transexuais/transgêneros, queer, intersexo, assexual e inclusão de outras orientações sexuais, identidades e expressões de gênero).

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A deputada Zeidan afirmou que a data para a premiação deverá ser no mês de dezembro, por ser o mês em que é celebrado no dia 10, o Dia Internacional dos Direitos Humanos.

“Nada mais justo do que reconhecer a atuação de Marielle Franco e de todos os defensores e defensoras de direitos humanos que atuam no nosso estado instituindo um prêmio que possa valorizar as práticas e estudos sobre este tema”, explicou a parlamentar petista.

Memória 

A vereadora Marielle Franco (Psol) e seu motorista, Anderson Gomes, foram assassinados no dia 14 de março de 2016, no Estácio, bairro da região central do Rio. O carro em que a vereadora estava foi atingido por 13 tiros.

O avanço das investigações não permitiu, no entanto, que o crime fosse elucidado e os autores e mandantes, assim como o motivo, fossem descobertos pela polícia. A morte de Marielle teve repercussão mundial e até hoje lideranças políticas, movimentos populares e sociais e instituições de direitos humanos cobram pela resolução do caso.

Eleita vereadora com mais de 46 mil votos em 2016, socióloga e mestre em Administração Pública, Marielle Franco tinha 38 anos, era oriunda da favela da Maré, na zona norte do Rio, lésbica, mãe e ativista em prol das causas das mulheres e das populações negra, periférica e LBGTQIA+. Antes do cargo político, atuou na Comissão de Defesa dos Direitos Humanos da Alerj.

Assinam como coautores do projeto os deputados André Ceciliano (PT), Eliomar Coelho (Psol), Waldeck Carneiro (PT), Enfermeira Rejane (PCdoB), Flavio Serafini (PSol), Luiz Paulo (Cidadania) e Carlos Minc (PSB).

Edição: Eduardo Miranda