Minas Gerais

CUIDAR

Movimento faz plantio de mudas pela preservação do Córrego Cercadinho, na região Oeste de BH

Participação feminina é destaque na ação, que integrou os projetos Tempo de Plantar e Muralha Rosa

Belo Horizonte (MG) | Brasil de Fato MG |
O plantio de mudas aconteceu no dia 5 de dezembro - Foto: Divulgação

Ambientalistas realizaram mais uma ação pela preservação do Córrego Cercadinho e Ponte Queimada. Situado no bairro Buritis, em Belo Horizonte (MG), a bacia do Cercadinho possui inúmeras nascentes e foi o primeiro ponto de captação de água da cidade.

A plantação de mudas aconteceu no dia 5 de dezembro, como parte de dois projetos: Ação do Tempo de Plantar, que ocorreu a nível internacional e pretendeu plantar um milhão de mudas, e o projeto Muralha Rosa, com a plantação de ipês rosas no entorno da mata do Cercadinho.

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Entre 50 pessoas que participaram da ação, Carla Magna, organizadora do Projeto Cercadinho e Ponte Queimada Córregos Vivos, destaca a presença sempre constante das mulheres na luta pela preservação ambiental.

“Temos eu no Cercadinho, a Magali e a Margareth na Mata do Planalto, a Fernanda no Parque Trevo, a Patrícia no Izidoro, a Roseli no Córrego Capão, a São Meneses no Brejinho, a Cida Barcelos na Laginha e tantas outras mulheres à frente da luta ambiental em BH.  Porque não é só plantar, tem que cuidar também”, lembra.

Muralha Rosa

A ação Muralha Rosa, que já vinha sendo organizada pelos defensores da mata do Cercadinho, tem uma inspiração à parte. A área do Córrego Cercadinho, região Oeste de BH, passa por constantes tentativas de liberação de empreendimentos às suas margens. Valendo-se do Código Florestal – que exige o mínimo de 30 metros para a construção de empreendimentos às margens de córregos –, o movimento tem conseguido barrar alguns projetos.

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A plantação de ipês em todo o entorno da mata é mais uma tentativa de impedir que a mata seja invadida. Em poucos anos os ipês formarão uma enorme “Muralha Rosa” de proteção ao córrego.

O projeto é inspirado no poderoso Movimento Cinturão Verde, que nasceu no país africano Quênia, como forma de barrar o avanço do Deserto do Saara. No último século, o deserto cresceu 10%, causando escassez de água, piorando a qualidade do solo para plantações e levando a população à insegurança alimentar.

A ideia de uma muralha verde foi iniciada pela ambientalista Wangari Muta Maathai, que iniciou a conscientização de comunidades para a plantação de árvores para combater o desmatamento. O movimento também visava o fortalecimento das comunidades e, em especial, das mulheres, e já plantou 51 milhões de árvores no país.

Wangari Muta Maathai foi vencedora do Prêmio Nobel da Paz, em 2004, e o Cinturão Verde se tornou um projeto levado à frente por 11 países do norte da África. Juntos, eles pretendem restaurar 100 milhões de hectares até 2030, criando uma muralha de 15 quilômetros de largura e 8 mil quilômetros de comprimento de árvores, vegetação, pastagens e plantas.

 

Edição: Larissa Costa