Minas Gerais

LEVANTAMENTO

Livro de pesquisadoras da UFMG retrata realidade de mulheres privadas de liberdade

Reconfiguração familiar das encarceradas e os dilemas específicos da prisão feminina são alguns dos temas abordados

Belo Horizonte (MG) | Brasil de Fato MG |
O livro “As muitas Marias: histórias sobre o encarceramento feminino” foi publicado em março deste ano pela editora Arraes - Foto: Marcello Casal | ABr

Entender a realidade, as dificuldades e os desafios enfrentados pelas mulheres privadas de liberdade da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). Esse é o objetivo do livro “As muitas Marias: histórias sobre o encarceramento feminino”.

A obra nasceu da pesquisa “Amor bandido é chave de cadeia”, iniciada pelo Centro de Estudos de Criminalidade e Segurança Pública (Crisp) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). O levantamento, organizado entre 2017 e 2018, foi realizado no Centro de Referência à Gestante Privada de Liberdade e no Complexo Penitenciário Estevão Pinto, ambas unidades exclusivamente femininas.

O tráfico de drogas – uma das principais causas das prisões de mulheres –, a reconfiguração familiar, as relações e relacionamentos homoafetivos, a solidão, vivências e as perspectivas de futuro das mulheres encarceradas são alguns dos temas abordados no livro.

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Luana Hordones, uma das autoras e organizadoras do livro, relata que, para a construção das temáticas, houve um esforço de deslocar o olhar para fugir do senso comum e dos estereótipos. “Foi a partir daí que discutimos a criminalidade, encarceramento feminino e tantos outros temas caros para essa população”, diz. “Esse debate é cada vez mais necessário e urgente", completa.

As análises abordadas no livro, abrangem perspectivas de diversas áreas, como direito e sociologia, e foram escritas por pesquisadoras tanto da graduação como da pós-graduação. Além da coletânea, as entrevistas e questionários aplicados pelo grupo geraram um banco de dados sobre a população carcerária feminina da RMBH.

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Luana destaca que toda a construção e os frutos do trabalho foram executados coletivamente. “Só foi possível graças ao espaço e ao tempo das trabalhadoras, das encarceradas e da dedicação de todas as envolvidas”, comemora.

O livro “As muitas Marias: histórias sobre o encarceramento feminino” foi publicado em março deste ano pela editora Arraes. Mais informações sobre a obra e outras pesquisas sobre criminalidade e segurança pública podem ser acessadas no site www.crisp.ufmg.br.

Edição: Larissa Costa