Rio de Janeiro

CULTURA

Comissão da Alerj cobra ensino da capoeira nas escolas estaduais do Rio de Janeiro

Audiência pública debateu entraves para aplicação de legislação já existente e aperfeiçoamento de nova proposta

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
Encontro abordou as medidas propostas pelo Projeto de Lei 6.164/22, que pretende aperfeiçoar a legislação anterior sobre ensino de capoeira em escolas da rede pública - Foto: Katia Marko

A Comissão pelo Cumprimento das Leis (Cumpra-se) da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) debateu na última sexta-feira (15), em audiência pública, os entraves e as possíveis medidas que incentivem a adoção do ensino da capoeira nas redes de ensino do estado do Rio.

Leia mais: Em Duque de Caxias (RJ), roda de capoeira completa 45 anos

Contrariando o que estabelece a legislação, a capoeira, tida como expressão cultural e esportiva afro-brasileira, ainda não está na rotina da maioria das escolas do estado. O encontro abordou as medidas propostas pelo Projeto de Lei 6.164/22, que pretende aperfeiçoar a legislação anterior sobre ensino de capoeira em escolas da rede pública.

O presidente da comissão, deputado Carlos Minc (PSB), disse que se trata de um projeto proposto pelo Fórum Estadual da Capoeira, mas que deve ser ampliado com contribuições de outros grupos.

"É preciso facultar o acesso aos recursos públicos, para que a capoeira chegue às escolas. A gente tem muito o que fazer para reconhecer os mestres, os mais velhos, as mulheres da capoeira", disse ele, ao destacar a importância da capoeira como arte marcial, dança e música, além de expressão cultural e esportiva afro-brasileira.

Leia também: Acesso à internet: UFRJ lança auxílio para estudantes de baixa renda

Participaram das discussões representantes do Poder Executivo, do Ministério Público e mestres dirigentes de associações de capoeiristas do estado.

Capoterapia

A criação do Programa Estadual de Capoterapia, que utiliza os movimentos e a musicalidade da capoeira como prática terapêutica foi outra proposta debatida. O programa foi criado recentemente pela Lei 9.701/22, de autoria do deputado Wellington José (Podemos). A norma reconhece o Instituto Brasileiro de Capoterapia (IBC) como instituição capacitada para o treinamento e formação destes profissionais.

Além de difundir a prática, o objetivo é universalizar e democratizar a prática da capoterapia em todo o Estado do Rio, promovendo a saúde física e mental, bem como a melhoria da qualidade de vida de seus praticantes.

O texto também propõe que a terapia tenha seu uso incentivado em ambientes públicos, como escolas, parques e praças. Além disso, o PL autoriza o Poder Executivo a celebrar convênios com instituições públicas ou privadas.

O evento contou com a presença dos mestres e mestras Ephrain, Paulão Kikongo, Curumim, Renatinha e Darlene, do do Fórum de Capoeira do Estado do Rio de Janeiro; do mestre Everaldo Lima, da Federação Fluminense; Mulato, do movimento Capoeira é a Nossa Bandeira.

Também participaram a superintendente de Museus do Estado do Rio, Lucienne Figueiredo, o superintendente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), além de representantes da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa (Secec) e do Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac).

Edição: Eduardo Miranda