Minas Gerais

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Funcionários do Hospital Lifecenter, em BH, protestam por melhores condições de trabalho

Em ato, nesta terça (9), categoria denunciou que enfrenta dificuldades em negociar direitos

Belo Horizonte (MG) | Brasil de Fato MG |

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De acordo com os trabalhadores, desde 2021, quando o LifeCenter foi adquirido pelo grupo, houve uma demissão em massa que agravou a situação dos funcionários que permaneceram na instituição. - Reprodução

Trabalhadores do Hospital LifeCenter, em Belo Horizonte, entregaram na manhã desta terça-feira (9), uma carta-manifesto à empresa Grupo Notre Dame Intermédica (GNDI), proprietária do hospital. No documento, assinado por 250 trabalhadores, os funcionários cobram melhores condições de trabalho e uma maior disponibilidade da entidade para o diálogo com a categoria.

De acordo com os trabalhadores, desde 2021, quando o LifeCenter foi adquirido pelo grupo, houve uma demissão em massa que agravou a situação dos funcionários que permaneceram na instituição. “A proporção de técnicos para pacientes nos casos mais extremos tem chegado a dois para cada 18", denuncia o documento. O texto ressalta ainda que não há quadros para cobrir situações como afastamento médico dos trabalhadores.

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Maria Josefina da Silva, que há 17 anos trabalha na entidade, afirma que, além das jornadas exaustivas, a empresa se recusa a negociar com a categoria.

“Era um hospital humano, que ouvia os trabalhadores. A gente tinha o respeito de negociar nossos direitos. Agora, até hoje, não conseguimos negociar nada com a nova direção. Não houve nenhum benefício para os trabalhadores, estão é retirando os que conquistamos”, destaca a trabalhadora que também é diretora do Sindicato dos Trabalhadores da Saúde de Belo Horizonte e Região (Sindeess).

Outra reclamação da categoria é a mudança no atendimento dos recursos humanos da empresa. Desde 2021, a maioria dos serviços prestados pelo setor foram transferidos para um aplicativo, o que tem dificultado o acesso dos trabalhadores a benefícios, como o pagamento de férias, do adicional noturno e até mesmo o acesso ao plano de saúde.

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Cleusa Lopes, auxiliar de rouparia e diretora do Sindeess, afirma que a plataforma não é intuitiva nem funcional, e não há solução para o problema. “O aplicativo é bem ruim de mexer, nem todos os trabalhadores conseguem usar. Muitas vezes o próprio RH não consegue explicar como usa”, ressalta.

O outro lado

Procurado pela nossa equipe, o Grupo Notre Dame Intermédica informou por meio de nota que "não realizou qualquer demissão em massa" e que "as eventuais variações de headcount se baseiam em demanda e sazonalidade, mas sempre aderente ao dimensionamento legal." Sobre o déficit e sobrecarga de trabalho apontada pelos funcionários, o grupo afirma que "as atividades dos colaboradores estão de acordo com as práticas e graus determinados pelo Conselho de Classe" e que "seu RH sempre esteve e se mantém aberto ao diálogo e cumpre integralmente com as suas obrigações contratuais e legais" ressalta o texto.

Edição: Larissa Costa