Minas Gerais

VIOLÊNCIA POLÍTICA

Paróquia de Mário Campos, movimentos e sindicatos prestam solidariedade a Beatriz Cerqueira

Deputada estadual foi vítima de ameaças por parte de assessor de vereador bolsonarista. Autor foi desligado do cargo

Belo Horizonte (MG) | Brasil de Fato MG |
As ameaças sofridas por Beatriz são parte de um contexto mais amplo de aumento dos ataques aos valores democráticos e àqueles que os defendem. - Sarah Torres/ ALMG

Movimentos populares, lideranças políticas, partidos, entidades sindicais e religiosas prestam, desde a manhã dessa terça-feira (9), solidariedade à deputada estadual de Minas Gerais, Beatriz Cerqueira (PT).

As manifestações de apoio começaram após a parlamentar receber ameaças pelas redes sociais. Identificado como assessor parlamentar da Câmara Municipal de Mário Campos, município da Região Metropolitana de Belo Horizonte, um homem publicou em seus canais conteúdos de ódio e ataques à deputada.

Beatriz é candidata à reeleição para uma vaga na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) e tinha agenda marcada na cidade, também na noite de terça (9). Alocado no gabinete do vereador Reinaldo Magalhães (PP), o assessor foi desligado do cargo.

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Uma nota, assinada pelo Levante Popular da Juventude, Movimento Brasil Popular, Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Movimento de Trabalhadoras e Trabalhadores por Direitos (MTD) e Movimento pela Soberania Popular na Mineração (MAM), destaca que as agressões têm relação com o atual momento político do país.

“Em tempos sombrios, em que o presidente afirma o ódio como forma de fazer política e o fascismo faz vítimas todos os dias, não podemos nos calar diante da violência que tenta tirar especialmente as mulheres de luta da política e dos espaços de poder”, diz o texto.

A Paróquia Nossa Senhora da Conceição, de Mário Campos, e a Região Episcopal Nossa Senhora do Rosário (Renser) se solidarizaram com a deputada e repudiaram “veementemente, toda e qualquer incitação à violência”. “A violência contra a mulher, lamentavelmente, ainda é uma realidade muito presente em nosso cotidiano. Um exemplo são as notícias de violência política de gênero sofridas por parlamentares”, diz a nota assinada pelas entidades.


Reprodução / Região N. Senhora do Rosário (RENSER)

A Secretaria Nacional de Mulheres do PT também afirmou em nota que as ameaças sofridas por Beatriz são parte de um contexto mais amplo de aumento dos ataques aos valores democráticos e àqueles que os defendem.

“Expressamos nossa indignação e estarrecimento com esse caso de violência política de gênero que combina machismo, misoginia, incitação à prática violenta e uso de armas. Trata-se de mais uma estratégia da extrema direita em divulgar e propagar o ódio e a intolerância para inviabilizar o desenvolvimento da cultura democrática, do respeito entre as pessoas e da proteção à vida”, afirma.

Já a Central Única dos Trabalhadores (CUT) de Minas Gerais, enfatizou que os ataques à deputada também são respostas à atuação da parlamentar e o seu vínculo com as pautas populares.

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“A militância da deputada estadual Beatriz Cerqueira, eleita com 96.824 votos, incomoda seus agressores, por ser competente e incansável guerreira na defesa dos oprimidos e por ser mulher em um ambiente projetado para exclusão de gênero”, afirma o manifesto da entidade, divulgado nas redes sociais.

Nas redes sociais, muitas lideranças políticas também prestaram solidariedade à deputada. Além do repúdio às agressões, políticos de todo Brasil pediram a investigação do caso e denunciaram que as ameaças à Beatriz foram um ato de violência política, prática que deve ser combatida.

 

Edição: Larissa Costa