Minas Gerais

MANIFESTAÇÃO

Usuárias do Hospital Sofia Feldman protestam contra perseguição do CRM a trabalhadores

Durante o ato, manifestantes leram uma carta de repúdio contra a entidade e acusaram o CRM de mercantilização da saúde

Belo Horizonte (MG) | Brasil de Fato MG |

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Amélia Gomes - Brasil de Fato MG

Desde o início do mês uma série de ações estão sendo construídas pelos trabalhadores, usuários e defensores do Hospital Sofia Feldman contra a atitude do Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais e o Conselho Federal de Medicina, que puniram injustamente três médicos da entidade. Nesta terça (30) uma manifestação em frente ao CRM, no centro de Belo Horizonte, deu continuidade às mobilizações. 

No ato desta tarde, que seguiu em passeata até a sede da Secretaria de Saúde da capital, os manifestantes denunciaram a ação dos Conselhos como mais uma tentativa de enfraquecer a atuação humanizada do Sofia Feldman, referência internacional no tema.

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Na manifestação foi lida uma carta de repúdio contra as entidades e em defesa do hospital e dos médicos perseguidos. Para Carla Anunciatta, ex-presidenta do Conselho Municipal de Saúde de Belo Horizonte, a mobilização foi fundamental para alertar a população sobre os riscos e perdas que estão em jogo neste momento. “Estamos aqui para defender a dignidade na atenção ao parto humanizado, ao tratamento obstétrico para todas as mulheres da nossa cidade e do nosso país”, pontua.

Durante o ato, Ingryd Guimarães, enfermeira da entidade ressaltou que a política de mercantilização da saúde, defendida pelo CRM, têm como vítima primeira a mulher negra, mais vulnerável a violências obstétricas “Esse Conselho reacionário nos enxerga como mercadoria, não acredita na saúde e nem na humanização, mas nós estamos aqui para dizer que nós acreditamos e construímos essa saúde de equidade”, defende.

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Fernanda Cosso, passou 18 dias no Hospital, acompanhando a filha recém-nascida que precisou ser internada no Centro de Tratamento Intensivo. Ela recorda que durante todo o período teve atenção integral e tratamento humanizado. “Eu podia entrar no CTI a hora que quisesse, porque o Sofia entende que pai e mãe não é visita, e tem essa visão e atuação humanizada, por isso hoje eu e Maria [filha] estamos aqui nessa defesa porque o Sofia salvou a nossa vida é muito importante para nós e precisa ser defendido com unha e dentes”, declara.

Edição: Elis Almeida