Rio Grande do Sul

INFLAÇÃO

Apesar de recuo em setembro, Porto Alegre segue com a terceira cesta básica mais cara do país

Desde o início do ano, cesta da capital gaúcha acumula alta de 8,94%, segundo pesquisa mensal do Dieese

Brasil de Fato | Porto Alegre |
Cálculos do Dieese apontam que salário mínimo necessário deveria ser de R$ 6.306,97, ou 5,2 vezes o mínimo atual - IDEME/Divulgação/Fotos Públicas/ND

A cesta básica da capital gaúcha registrou variação negativa de 0,55% no mês de setembro, fechando o mês em R$ 743,94. Apesar da queda, a capital gaúcha segue com a terceira cesta mais cara entre as 17 capitais que integram a pesquisa do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e, desde o início do ano, acumula alta de 8,94%.

Com base no valor da cesta básica mais cara, a de São Paulo (R$ 750,74), o Dieese aponta que um trabalhador que ganha um salário mínimo, hoje em R$ 1.212,00, gasta 66,36 do seu rendimento para adquirir o básico para sustentar uma família de quatro pessoas. Segundo cálculos do Departamento, o salário mínimo necessário deveria ser de R$ 6.306,97, ou 5,2 vezes o mínimo atual.

Dos 13 produtos que compõem o conjunto de gêneros alimentícios essenciais, sete ficaram mais baratos neste mês em Porto Alegre. As maiores quedas são verificadas no preço do leite (-15,99%), do óleo de soja (-5,84%) e do feijão (-4,64%). Entre os seis produtos que registraram aumento, destaque para a alta no preço da batata (11,91%), do tomate (7,34%), da farinha de trigo (2,33%) e da manteiga (2,04%).


Variação da cesta básica em Porto Alegre / Fonte: Dieese

De janeiro a setembro de 2022, a cesta acumula alta de 8,94%. Dos 13 produtos pesquisados 10 registraram alta: o leite (52,11%), a farinha de trigo (36,88%), a manteiga (27,59%), a banana (25,46%), o café (22,25%), a batata (22,06%), o pão (16,62%), o arroz (6,32%), o óleo de soja (4,34%) e a carne (4,23%). O tomate (-15,91%) e o feijão (-11,21%) ficaram mais baratos. O açúcar foi o único item que ficou estável (0,00%).

Em doze meses, a cesta básica de Porto Alegre registrou alta de 10,64%. Dez itens ficaram mais caros: o leite (41,99%), o café (42,62%), banana (40,85%), a farinha de trigo (33,93%), a manteiga (30,09%), o pão (20,63%), a batata (12,93%), o óleo de soja (10,42%), o açúcar (7,43%) e a carne (5,98%). O tomate (-17,92%), o feijão (-13,54%) e o arroz (-0,44%) ficaram mais baratos.

São Paulo, Porto Alegre e Florianópolis têm cestas mais caras

O valor do conjunto dos alimentos básicos diminuiu em 12 das 17 capitais onde o Dieese realiza mensalmente a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos. Entre agosto e setembro, as reduções mais importantes ocorreram nas capitais do Norte e Nordeste: Aracaju (-3,87%), Recife (-3,03%), Salvador (-2,88%) e Belém (-1,95%). Os aumentos foram registrados em Belo Horizonte (1,88%), Campo Grande (1,83%), Natal (0,14%), São Paulo (0,13%) e Florianópolis (0,05%).

São Paulo foi a capital onde o conjunto dos alimentos básicos apresentou o maior custo (R$ 750,74), seguida por Florianópolis (R$ 746,55), Porto Alegre (R$ 743,94) e Rio de Janeiro (R$ 714,14). Nas cidades do Norte e Nordeste, onde a composição da cesta é diferente, os menores valores médios foram registrados em Aracaju (R$ 518,68), Salvador (R$ 560,31), João Pessoa (R$ 562,32) e Recife (R$ 580,01).

A comparação dos valores da cesta entre setembro de 2022 e setembro de 2021, mostrou que todas as capitais tiveram alta de preço, com variações que oscilaram entre 8,41%, em Vitória, e 18,51%, em Recife.


Custo e variação da cesta nas 17 capitais que compõem o levantamento / Fonte: Dieese


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Edição: Marcelo Ferreira