Minas Gerais

CONTRADIÇÃO

Trabalhadores e estudantes da UFVJM repudiam atuação de reitor em bloqueio de rodovia

Há três anos, Janir Alves Soares processou professores e estudantes. Assim como Bolsonaro, Janir não venceu a eleição

Belo Horizonte (MG) | Brasil de Fato MG |
Crédito - Portal UFJVM

Dois sindicatos e a representação dos estudantes da Universidade Federal do Vale do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM) divulgaram, na quarta (2), uma carta contra as ações do atual reitor da universidade, que está envolvido com o bloqueio da rodovia BR-367. O reitor Janir Alves Soares protocolou um documento à Polícia Militar informando o bloqueio e pedindo apoio da corporação.

A carta assinada pelo Sindicato dos Docentes da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM), pelo Sindicato dos Trabalhadores nas Instituições Federais de Ensino e pelo Diretório Central dos Estudantes identifica a ação como antidemocrática e ilegal.

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“O referido dirigente, juntamente com outros baderneiros do movimento fascista, fechou a rodovia de acesso à cidade, inconformados com o resultado das eleições presidenciais. Um ato claramente antiético, antidemocrático, ilegítimo e ilegal, totalmente contrário ao disposto na Constituição Federal Brasileira”, cravou a carta.

Janir também foi o candidato menos votado

Há uma semelhança entre a votação de Jair Bolsonaro (PL) e a votação de Janir Soares. Em 2019, a eleição para reitor da UFVJM teve como primeiro colocado o professor Gilciano Nogueira, com 27,37% dos votos válidos. A chapa do professor Janir Soares foi a menos votada e obteve apenas 5,2% dos votos. Entretanto, foi nomeado reitor por Jair Bolsonaro.

Embora o presidente da República tenha a prerrogativa de escolher o candidato que vai ocupar o cargo, nas últimas décadas imperava o costume de se respeitar a decisão da maioria da comunidade universitária.

Logo após a sua nomeação, a reitoria da UFVJM ajuizou um processo de interdito proibitório contra quatro integrantes da comunidade acadêmica, três professores e um estudante. De acordo com a reitoria, eles teriam promovido protestos agressivos, paralisações e bloqueios.

O processo cita três diferentes manifestações: um ato realizado no dia 12 de setembro de 2019, envolvendo estudantes, técnicos e docentes, em repúdio à nomeação do professor Janir Alves Soares; e dois protestos estudantis, nos dias 26 e 30 de setembro do mesmo ano, contra o aumento da tarifa do ônibus universitário, que subiu de R$ 2,75 para R$ 3,10.

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Na época, o juiz da 2ª Vara Federal Cível e Criminal concedeu liminar impedindo que as pessoas processadas se manifestassem em vias de acesso à universidade ou nos prédios da instituição, sob a pena de multa de R$ 2 mil por dia.

Edição: Larissa Costa